Cotidiano

Moradores reclamam da falta de policiamento

Local é conhecido pela desova de corpos; segundo relatos, Polícia Militar dificilmente atende as ocorrências quando acionada

As ruas desertas do bairro Dr. Airton Rocha, também conhecido como Pérola, estão entre os motivos citados para justificar o sentimento de insegurança por parte dos moradores. De acordo com eles, o policiamento no local é quase inexistente, principalmente durante a noite. Nas casas, cercas elétricas foram instaladas e alguns até pagam vigilantes para tentar evitar mais crimes.

Uma das reclamações é a demora no atendimento das ocorrências quando acionam a Polícia Militar que, segundo alguns moradores, só vão até o local quando o crime é grave. 

“Quando é roubo, nem adianta chamar. Na minha rua, todas as casas foram roubadas, inclusive a minha”, lamentou Patrícia Lima, que mora perto do Anel Viário, onde costuma ocorrer desova de corpos.

Com o índice de violência maior, alguns moradores preferem fechar a casa mais cedo e tomar outros tipos de medidas de segurança. Foi o que aconteceu com uma moradora da Avenida Uiramutã que retornou ao bairro três anos depois e sentiu a diferença quando se trata de criminalidade.

“Gastamos R$ 60 por mês para nos sentirmos seguros. Pagamos para evitar perder algo ou entrarem na nossa casa. Se deixarmos alguma coisa do lado de fora, levam tudo”, lamentou a cozinheira que preferiu não se identificar. Ela garantiu que teme pela segurança dos seis filhos e três netos, assim como tem receio de que levem o material de construção da casa nova que fica exposto na rua.

O presidente da Associação Amigos do Pérola, Ricardo Souza, comentou que os moradores criaram um grupo no WhatsApp para monitorar a região, além de colocarem utensílios nas portas das casas para fazerem barulho em caso de invasão. 

“Roubam muita televisão quando as pessoas estão dormindo. Tem ronda policial, mas só durante a tarde. Deveriam intensificar, principalmente na parte da madrugada”, relatou.

Souza enfatizou que a maior parte da população do Pérola é formada por mulheres solteiras, que temem também outros tipos de crimes.

OUTRO LADO – Em nota, a Polícia Militar de Roraima informou que realiza diariamente o levantamento dos bairros com o maior número de ocorrências para que se façam operações que visem coibir a criminalidade na cidade.

A PM esclareceu ainda que vem atuando de forma conjunta com o efetivo da Força Nacional para potencializar as atividades de policiamento e oferecer à população uma sensação de segurança.

De acordo com a nota, sexta-feira, 12, o Ministério da Justiça e Segurança Pública publicou a portaria que autoriza a permanência do efetivo da Força Nacional por mais 90 dias em Boa Vista.