Os casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti voltaram a crescer neste início de ano em Roraima em relação ao mesmo período de 2018. Dados do Ministério da Saúde apontam que somente o número de registros de dengue no Estado teve aumento de 6.866%.
Até 30 de março deste ano, foram notificados 209 casos de dengue no Estado. No mesmo período de 2018, foram três casos. Roraima não registrou óbito em decorrência da doença em 2019.
Já os casos de zika, até 23 de março deste ano, foram registrados dez no Estado, com uma incidência de 1,7 registros para 100 mil habitantes. Em 2018, no mesmo período, houve dois casos prováveis. Quanto à chikungunya, até 30 de março, foram 36 casos, com uma incidência de 6,2 por 100 mil habitantes. Em 2018, foram apenas seis no mesmo período.
Tendo em vista o aumento, o Ministério da Saúde alerta que o sistema de vigilância de Estados e municípios deve reforçar os cuidados para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. O engajamento da população é imprescindível nesse combate.
Porém, ouvido pela Folha, o coordenador nacional do Programa de Controle de Doenças Transmitidas pelo Aedes, Rodrigo Said, informou que os números fornecidos pelo ministério apontam que a incidência das doenças, que leva em conta o número de casos para cada 100 mil habitantes, é considerada baixa.
Para Said, a população deve ter cuidados para eliminar criadouros e evitar as doenças relacionadas ao Aedes.
“A participação da população é muito importante. O Aedes aegypti é um mosquito doméstico. Ele vive dentro de casa, perto dos seres humanos e a reprodução acontece em água parada [limpa ou suja]. Por isso, a sociedade deve trabalhar para a eliminação dos focos do mosquito”, disse.
Não importa se você mora em casa ou apartamento, o mosquito Aedes aegypti pode encontrar um recipiente com água parada para depositar os ovos e se reproduzir. São suficientes 15 minutos por semana para fazer a vistoria em toda a casa e eliminar todos os possíveis focos do mosquito.
É possível eliminá-lo por meio de medidas simples, como substituir a água dos pratos dos vasos de planta por areia, deixar a caixa d´água tampada, cobrir os grandes reservatórios de água, como as piscinas, e remover do ambiente todo material que possa acumular água (garrafas pet, latas e pneus). É importante ficar atento também à área externa de casa e condomínios, além das piscinas durante esse período.
Deve-se ainda manter piscinas e áreas de hidromassagem cobertas e manutenção periódica. Limpe ralos e canaletas externas. Deixe lonas usadas para cobrir objetos bem esticadas, para evitar formação de poças d’água. Atenção com plantas que podem acumular água, como bromélia e babosa. É importante lembrar que o ciclo de reprodução do Aedes aegypti, do ovo à forma adulta, pode levar de cinco a dez dias.