Produtores rurais da área da zona rural de Boa Vista denunciaram a chegada de mosca da carambola na Vicinal do Limão, que dá acesso à comunidade indígena do Truaru da Cabeceira, no Projeto de Assentamento Nova Amazônia.
Conforme os agricultores, a mosca da carambola está circulando na área próxima à Capital desde a última sexta-feira, 12.
“Foi decretado na sexta-feira novamente na região do Limão. Agora os produtores estão severamente prejudicados” informou um produtor que preferiu não se identificar.
A denúncia diz ainda que equipe do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estariam em Boa Vista para avaliar o problema e determinar o que poderia ser feito de forma a não prejudicar o produtor e sem criar problemas com as demais regiões.
“Será visto o que pode ser feito, mas tudo está levando a crer o fechamento do Estado”, completou a fonte.
PRODUTORES – Sobre o caso, a Cooperativa dos Hortifrutigranjeiros de Boa Vista (Coophorta) informou que ouviu boatos da chegada da praga à outros municípios, porém, ressaltou que a confirmação oficial deve vir somente pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (Aderr).
O gerente administrativo da Coophorta, Jucélio Oliveira, ressaltou, no entanto, que caso venha a se confirmar a expansão da praga, os produtores do Estado serão prejudicados.
“Estamos em uma fase que está todo mundo preparado para a produção e comercialização para o mercado interno e para fora. Estamos focados no comércio em Manaus e essa venda corre o risco de não se concretizar”.
Oliveira pediu que as barreiras fitossanitárias do Estado fossem reforçadas por conta da preocupação da chegada da doença em frutas de outras localidades. Para ele, a expansão prejudica não só os produtores, mas a própria economia de Roraima.
“Se não for feita a fiscalização, faz com que essa mosca saia de lá. Isso prejudica toda a economia do Estado, venda para outros estados, a renda do produtor rural, a falta do produto no mercado para o consumidor. E se fechar é um ano de quarentena para reabrir”, lamentou.
SINTRAIMA – O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo do Estado de Roraima (Sintraima), Francisco Filgueira, informou que a tratativa da categoria continua em andamento junto ao Governo do Estado, lembrando que os servidores da Aderr paralisaram as atividades desde o dia 21 de março, em busca da efetivação do plano de cargos, carreiras e remuneração (PCCR).
“O governo buscou entendimento entre as partes até por que colocaria em risco tanto o que foi conquistado com a área livre da mosca da carambola como também a área livre de aftosa, então, nós buscamos a negociação dentro do Governo”, explicou Filgueira.
“O Governo tem que fazer a parte dele. Por que o acordo foi que o Governo faria a redução de gasto com pessoal no setor dos comissionados e buscando a melhoria dos servidores, para não atrasar os salários”, completou o sindicalista.
ADERR – A FolhaWeb entrou em contato com a agência, no entanto não houve resposta.
MOSCA DA CARAMBOLA – A mosca da carambola (Bactrocera carambolae) é originária do sudeste asiático. No Brasil, a praga foi relatada inicialmente em 1996, no município de Oiapoque, no Amapá.
O ataque da mosca-da-carambola provoca perdas na produção, pois os frutos infestados têm seu desenvolvimento afetado e caem precocemente.
Em Roraima foi confirmado um foco da praga em novembro do ano passado. Poucos dias depois, a Superintendência Federal de Agricultura em Roraima (SFA) interditou a sede do município de Alto Alegre por conta do risco de transmissão da doença. (P.C.)