Cotidiano

Como ferramentas de marketing digital podem auxiliar

Cada vez mais mobile, setor de corretagem de imóveis já convive com startups que operam apenas por meio da Internet

Um tour com visão em 360º de um imóvel disponível para aluguel. Um álbum de fotos em alta qualidade de todos os ambientes de um escritório. Um atendimento online feito por uma plataforma (CRM imobiliário) em que todas as etapas de comunicação e de negociação são registradas e arquivadas. Tudo, evidentemente, sem deslocamentos físicos e acessíveis por meio do celular. Essa é, segundo analistas do setor de corretagem, uma realidade presente ー não mais do futuro.

Estratégias de marketing digital para o mercado imobiliário têm se tornado cada vez mais importantes não apenas para as tradicionais corretoras, mas também para novas startups que se amparam nas ferramentas da Internet para negociar imóveis entre compradores e vendedores. E elas se amparam nos números para justificar suas atuações.

O Google publicou uma pesquisa recentemente mostrando que 59% das buscas por casas e apartamentos feitas em 2018 no Brasil saíram de celulares. No primeiro semestre do ano passado, segundo a Agência Conversion, 58,9% dos acessos a qualquer site de corretor de imóveis saíram dos buscadores tradicionais, um fenômeno que acontece também nos EUA, onde 60% dos processos de compra de imóveis foram realizados via aplicativos de celular em 2017.

As estratégias começam com campanhas de fortalecimento de marca e focando em investidores antes dos lançamentos dos empreendimentos. Depois, quando o edifício ou o condomínio está prestes a ficar pronto, as agências e imobiliárias lançam campanhas no Google (Display e Search). No último momento, os apelos comerciais chamam os possíveis compradores por meio de condições especiais de vendas das unidades remanescentes usando redes sociais e anúncios pagos em aplicativos e no próprio Google.

Segundo analistas de marketing imobiliário, uma campanha pode variar de acordo com o padrão dos empreendimentos, mas as ações normalmente passam pela lógica de funil de vendas. O Google e o Facebook são as principais ferramentas nas campanhas de marketing para o mercado imobiliário.

“As maiores vantagens de buscar imóveis pela internet são a quantidade de opções e, principalmente, o volume de informações que você consegue obter. Hoje, o consumidor muitas vezes vai conhecer um apartamento com informações que antigamente ficavam na mão do corretor ou da imobiliária. Questões como média de locação, valor do m², tudo isso é possível descobrir na internet e fazer com que a sua compra seja muito mais consciente”, explicou Guilherme Blumer, da Brasil Brokers.

Hoje, com o avanço dos aplicativos, é possível realizar o processo quase inteiro apenas com o celular: de simulação a aprovação de empréstimos, de envio de documentos à contratação do seguro ー não é inteiramente mobile porque, em algum momento, é necessário assinar o contrato na imobiliária e no banco.

Os bancos brasileiros e internacionais já apostam nessa mudança: o Banco do Brasil, por exemplo, tem o aplicativo imobiliário que já funciona desde 2017, ainda que restrinja os serviços disponíveis. A ideia é que os clientes se habituem nos próximos anos para que as ofertas e possibilidades cresçam. A outra instituição bancária estatal do país, a Caixa, ainda não desenvolveu seu app para o setor, mas promete fazer em breve, já que é a grande fiadora do mercado imobiliário.