O Ministério da Saúde iniciou quarta-feira, 24, o “Mês da Vacinação dos Povos Indígenas” para intensificar a cobertura vacinal nas áreas indígenas, principalmente as de difícil acesso. Coordenado pela Secretaria Especial de Saúde (Sesai), os 34 Distritos Especiais Indígenas (DSEIs) de todo o País vão imunizar até 19 de maio.
Junto com a Semana Mundial de Vacinação, liderada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), serão disponibilizadas 127,3 mil doses de vacinas contra diversas doenças, entre hepatite A e B, sarampo, rubéola, caxumba, difteria, febre amarela e outras infecções bacterianas virais graves.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que, devido à logística para essa campanha, estão sendo investidos R$ 2,6 milhões com despesas para transportes e insumos até as aldeias, cujo acesso se dá por barco, helicópteros, avião ou carro. As vacinas compõem as determinações do Calendário Nacional de
Vacinação dos Povos Indígenas, que seguem um ritual de quais doses devem ser aplicadas em determinadas idades.
O DSEI Leste já estava fazendo a logística de vacinação em algumas comunidades indígenas devido ao alto número populacional, que chega a quase 53 mil pessoas das etnias Macuxi, Wapichana, Wai-Wai, Taurepang, Patamona (também conhecidos como Ingarikó) e Sapará.
De acordo com Andreza Ravazzi, chefe da Divisão de Saúde Indígena do DSEI Leste, as campanhas servem também como um trabalho de atualização dos cartões de vacinação, ou seja, não são aplicadas somente as doses destinadas para aquele período e, sim, de toda cadeia vacinal. Atualmente, estão sendo atendidas pessoas no Coro da Raposa, no município de Amajari.
“Estamos iniciando nossa campanha por lá e está sendo um verdadeiro sucesso. Acredito que vamos atingir a meta nacional, que é de 95%. Nossa logística é diferenciada e fazemos tudo para atingir o maior número de pessoas. É complicado, mas a gente consegue”, completou.
Além dos agentes de saúde, participam também médicos, enfermeiros, dentistas e outros profissionais que compõem as equipes multidisciplinares de saúde indígena. Em virtude do número populacional indígena e pela localidade em todo o Estado, as doses estão chegando gradativamente para o DSEI Leste.
Andreza pontuou que um dos principais pontos que ainda dificulta é a questão cultural, que faz com que se tenha resistência à aceitação da vacina, mas a equipe também faz o trabalho de conversação para que os indígenas se previnam. O Ministério da Saúde destacou ainda que a ideia é fazer a imunização na população mais vulnerável, como crianças de até 4 anos, mulheres em idade fértil (10 a 49 anos) e idosos.
DSEI-Y – A Folha entrou em contato com a coordenação do DSEI Yanomami para saber como está sendo feita a logística para vacinação, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.