Cotidiano

Chuvas no Sudeste fazem preço do tomate subir mais de 40%

Clima é fator determinante para aumento do preço do tomate em Boa Vista

O tomate voltou a ser o grande vilão nas compras de produtos da feira-livre e nos supermercados. Em média, o produto subiu mais de 40% em relação ao preço do quilo vendido no final de dezembro. A alta no preço do quilo do tomate fez com que o boa-vistense passasse a pesquisar um pouco mais para saber onde comprar o produto por um valor mais acessível.

Na manhã desse domingo, 28, a equipe da Folha percorreu feiras livres e supermercados e observou que os preços variam de R$ 5 a R$ 10, valor bem acima da média, até por conta de se encontrar muitos frutos de qualidade inferior estando amolecidos e manchados. 

O empresário José Saraiva Júnior, membro da Associação Roraimense de Supermercados, explicou que esse aumento no preço do quilo do tomate é comum no período chuvoso do sudeste e também no período seco em Roraima, tendo como consequência a pouca disponibilidade do fruto nos mercados. Segundo ele, as empresas sentem o reflexo dessa mudança climática.

“Compramos tomate da região Sudeste, mais precisamente de Minas Gerais, onde choveu bastante e afetou a produção do fruto. Lá compramos por R$ 5 o quilo, mas tem ainda o frete e outros encargos. Quando é verão por lá, a produção aumenta, o preço cai e conseguimos vender mais em conta ao consumidor final”, esclareceu Júnior. 

Segundo ele, os preços pouco atrativos no ano passado fizeram com que os produtores diminuíssem a área plantada. “Isso foi determinante para que entrasse menos tomate no mercado local e, como consequência, preços elevados”, comentou o empresário.

Feirantes ofertam produtos regionais com preços diferenciados

Os feirantes, embora comercializando o quilo do tomate regional por R$ 5, R$ 7 e R$ 8, também sentiram o reflexo do período da seca em Roraima, que atingiu a produção do estado.

Mesmo com o tomate em condições inferiores, manchados e machucados, o feirante Marlisson Pereira dos Santos, comercializou o quilo do produto ao preço de R$ 5 o pequeno e R$ 7 o grande, e comemorava as boas vendas. “Estou vendendo bem, pois muitos consumidores ainda acham aqui tomates em condições boas para uso”, frisou.

O dono de uma barraca também na Ataide Teive, Vanderlei de Oliveira, comercializava o tomate ao preço de R$ 8. Segundo ele, a baixa produção devido à seca em Roraima foi o motivo para que vendesse o produto com preço diferenciado dos demais feirantes. “Espero que essa situação melhore porque a gente perde clientes vendendo a esse preço”, ressaltou.

Com preço elevado, consumidores pechincham

Pechinchar em tempos de crise é uma alternativa que pode fazer a diferença no bolso do consumidor. A dona de casa Célia Maria da Silva, moradora do bairro Tancredo Neves, não perdeu tempo e andou um pouco mais nesse domingo, 28, para comprar tomate por um preço acessível. 

Depois de percorrer algumas barracas na Feira do Garimpeiro, na avenida Ataíde Teive, Célia foi para um supermercado no bairro Asa Branca, onde o quilo estava custando R$ 9,99. Em nenhum dos pontos a dona de casa ficou satisfeita com a qualidade do tomate.

“Na feira encontrei o quilo do produto por R$ 5, R$ 7 e até de R$ 8. Está melhor do que no supermercado, mas nos dois lugares a qualidade deixa a desejar. Voltei para a feira e depois de escolher os que estavam em melhores condições, terminei comprando”, disse Célia. 

O funcionário público Neto Ferreira é quem vai às compras na feira, enquanto a esposa cuida de outros afazeres em casa. Ele comentou que prefere comprar os produtos na feira do que em supermercados, em razão da diferença no preço. “Percebi que até na feira está difícil encontrar tomates de qualidade, mas o valor está bom. Confesso que andei um pouco, mas encontrei o quilo ao preço de R$ 7”, ressaltou.