A projeção da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, que prevê uma economia de R$ 1,66 bilhão para Roraima nos próximos 10 anos com a nova Previdência, e é vista como positiva pelo presidente do IPERR (Instituto de Previdência do Estado de Roraima), Haroldo Campos. “O Governo do Estado tem interesse sim em aderir ao novo sistema previdenciário. Essa reforma vai trazer uma economia muito grande, não só para Roraima, mas para o Brasil”, ressaltou.
Segundo Campos, o governo do Estado enxerga essa reforma como fundamental para o desenvolvimento do país, nos próximos 20, 30 anos. “Com a mudança nos cálculos, nas alíquotas, não só quem já é deficitário vai conseguir equilibrar, mas no nosso caso, que Roraima é superavitário, nós vamos ter também uma economia maior para o Governo”, comentou.
Sobre a expectativa de Roraima ser ou não deficitário no futuro, já que daqui a uns 20 anos haverá servidores se aposentando, o presidente do Iperr explicou que o estado tem em torno de 18.040 servidores efetivos, 17 mil estão na ativa e um pouco mais de mil são aposentados. “Então realmente, hoje, Roraima é muito superavitário. Nós arrecadamos em um mês o que nós gastamos em um mês, por exemplo. Então é superavitário, mas, é claro que uma hora esses 17 mil vão se aposentar”, disse.
“A partir dos nossos cálculos é que a partir de 2035 Roraima comece a ter problemas para pagar a previdência desses servidores, caso continue a previdência do jeito que está. Com a Reforma da Previdência e, claro, com boa gestão dos recursos do Iperr, vamos conseguir mitigar esses problemas e trazer para os servidores efetivos uma segurança previdenciária que precisam para se aposentar e ter uma aposentadoria completa”, informou Campos.
Iperr diz que tem mais de 3 mil processos para serem analisados e nega que esteja segurando aposentadorias
Quem tem direito a se aposentar agora tem direito adquirido, mesmo que a Nova Previdência entre em vigor hoje (Foto: Diane Sampaio / Folha de BV)
O presidente do Iperr, Haroldo Campos, em entrevista para a Folha de Boa Vista, informou que não procede a denúncia do presidente do Sinter (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima), Flávio Bezerra, de que o Iperr não esteja dando andamento a pedidos de aposentadoria, porque aguarda a aprovação da Reforma da Previdência.
“Não procede. A Reforma da Previdência é uma PEC [Proposta de Emenda à Constituição] e só vai valer a partir do momento que for promulgada. Quem tem direito a se aposentar agora tem direito adquirido, mesmo que essa PEC entrasse em vigor hoje, pois vai se aposentar de acordo com a regra antiga, não vai mudar com a Nova Previdência”, afirmou Campos.
Segundo ele, o que a atual gestão encontrou foi um atraso em processos de pedidos de aposentadorias, por conta de gestões anteriores. “Encontramos algo em torno de 3 mil processos de aposentadorias parados, de 2014 e 2015. Montamos uma força-tarefa para acelerar esses processos e estamos aposentando em media 100, 120 pessoas por mês. E outra, quem tem direito à aposentadoria, tem direito adquirido. A PEC não vai mudar, só vai alterar para aquelas pessoas que irão se aposentar a partir do momento que for promulgada”, esclareceu o presidente do Iperr (E.R.)