Diante do cenário de bloqueio orçamentário das instituições públicas federais, as unidades de ensino começam a fazer planejamento para dar continuidade às atividades. A Universidade Federal de Roraima (UFRR) não descarta a possibilidade de haver redução nas vagas e ofertas de bolsas para pesquisa e cursos de mestrados. No somatório, a instituição teve um corte de 42,92%, um total de R$ 22.111.731 dos recursos previstos para este ano.
Além das bolsas, o bloqueio terá impactos na restrição de equipamentos para laboratórios didáticos, aquisição de livros abaixo do suficiente, descontinuidade nas obras e redução nas atividades básicas. Em reuniões, foram discutidas três estratégias para tentar viabilizar ações para diminuir os prejuízos causados.
“Serão as partes de planejamento, pessoal e infraestrutura. Estamos trabalhando nessas três áreas para apresentar na próxima sexta-feira, 10, à administração central as medidas e planos de quem vai fazer, o que vai fazer, como e quanto custa para termos isso bem detalhado”, garantiu o Pró-Reitor de Planejamento, Dirceu Morais em coletiva de imprensa ocorrida nesta terça-feira, 07, no Centro Amazônico de Fronteiras (CAF).
De acordo com ele, as bolsas de mestrado já tiveram impacto em relação à redução de orçamento da instituição, totalizando uma redução de 39% para pesquisa e extensão e pós-graduação. Em relação a isso, serão repassados os valores, já com os cortes, para as unidades orçamentárias para ser feito um remanejamento e verificar um meio das bolsas não serem cortadas em totalidade ou serem ofertadas em número menor.
IFRR ainda irá estudar impactos reais de bloqueio nas contas
O Instituto Federal de Roraima (IFRR) também esteve presente na coletiva de imprensa demonstrando os orçamentos antes e após o bloqueio determinado pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). A redução de 30% resulta em R$ 6,5 milhões contingenciados nas contas da instituição, que também está adotando medidas para saber quais os reais impactos futuros.
Conforme explicou o pró-reitor de Extensão do IFRR, Nadson Castro, a principal preocupação é que o bloqueio afeta as atividades acadêmicas e cria um desânimo em alunos e professores em dar continuidade às pesquisas. “A sociedade tem que entender que o aluno é afetado. A instituição não vai parar, e acho que esse bloqueio não vai parar isso. Porém, precisamos fazer esse ajuste no orçamento para garantir o andamento do IFRR”, pontuou.
Ele justificou que até setembro o IFRR tem condições de honrar com o pagamento das despesas, após isso é possível que o novo ano letivo já comece com acúmulo de dívidas, prejudicando o aprendizado dos estudantes.