Cotidiano

Estudantes começam mobilização contra bloqueio de verbas

Em repúdio à decisão do Ministério da Educação (MEC), alunos de instituições federais dão início à manifestações

Com o anúncio do Ministério da Educação (MEC) em bloquear 30% das verbas destinadas às instituições públicas federais, estudantes começaram uma mobilização para repudiar a decisão e demonstrar que os cortes irão impactar diretamente os estudos e as pesquisas científicas que são direcionadas à sociedade.

Em Roraima, alunos do Instituto Federal de Roraima (IFRR) realizaram uma manifestação nesta segunda-feira, 06, no campus do Amajari em adesão ao movimento nacional “Tira a Mão do Meu IF”. Com cartazes e rostos pintados, os estudantes defenderam que os cortes irão prejudicar o andamento das atuais e futuras gerações de discentes da instituição. 

“O orçamento de educação é um dos mais críticos trabalhados pelo Governo. Realmente, o Brasil está em crise, mas quando se fala em algum corte, a educação sempre é a mais afetada”, criticou o estudante do curso de Análise de Desenvolvimento de Sistemas do IFRR, Elias Freitas.

Ele frisou ainda que o Ministério da Educação defendeu a redução de verbas para investimento no Ensino Básico, mas relembrou que também haverá cortes nessa área. “Coisas como essa que demonstram que não estão preocupados em fazer alguma melhoria. São decisões que afetam diretamente na vida do aluno. A educação é um bem garantido pela nossa Constituição”, continuou. 

Debate vai definir futuras manifestações

Uma reunião geral com todos os Centros Acadêmicos da UFRR será realizada nesta quarta-feira, às 18h30, no Centro de Ciência da Saúde da Universidade Federal de Roraima (UFRR), para debater quais os impactos do bloqueio nas verbas e direcionar quais manifestações serão feitas futuramente. No dia 15 deste mês, uma mobilização nacional será feita por estudantes e professores para tentar chamar atenção do Governo Federal sobre o assunto. Estudantes roraimenses já confirmaram a presença, com horário e local ainda a serem definidos. Parte dos alunos não descarta a possibilidade de greve geral nas atividades.

Com o posicionamento contrário à decisão do Ministério da Educação, a gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE) acredita que a falta de recursos nas instituições federais irá gerar problemas no Ensino Superior. 

“Existem, sim, gastos desnecessários em qualquer lugar do setor público do Brasil. Contudo, a gente vê que é uma ação desproporcional. A partir do momento que tem um corte, que representa uma fatia tão grande no orçamento, não tem como não ser capaz de afetar o funcionamento da entidade”, disse o presidente do DCE, Elso Júnior.

 “Sabemos que o contingenciamento está ligado aos problemas que o Governo tem e está criando outras desculpas para justificar problema de caixa. Não é um corte de liberalismo econômico, é de puro autoritarismo ideológico. Poderia cortar de qualquer lugar e cortou da educação. É muito complicado de defender nesse sentido”, criticou. (A.P.L)