Cotidiano

Roraimenses mudam hábitos para contornar inflação

Pesquisa de preço e troca de produtos por outras marcas são as alternativas

As contas da energia elétrica, gás, combustível e cesta básica estão mais caras. Para contornar a inflação, o roraimense tem mudados hábitos para tentar escapar da crise. Com o poder de compra reduzido, a dona de casa Rosineide de Carvalho criou mecanismos para continuar adquirindo os produtos que precisa. Marcas mais baratas, até mesmo de qualidade inferior, pesquisa por preços mais baixos e a redução no quantitativo de produtos, mesmo assim, ela chega a gastar cerca de R$ 600 por semana em compras de supermercado para toda a família.

“O hábito mudou, a quantidade de produtos também, hoje só compro o que precisamos mesmo. Outra estratégia também foi modificar o consumo, você não consegue mais comprar uma carne de primeira pro almoço da semana, algo que eu gostava de preparar, por exemplo,” relatou.

As idas ao supermercado também diminuíram. “Procuro sair menos para as compras, sempre com os panfletos das promoções do dia. Sempre pesquiso a diferença de valores e em Roraima as coisas são muito mais caras em outros estados” relatou.

De acordo com o economista Dorcilio Erik, a crise econômica vem impactando a vida do consumidor em Roraima. Assim como a maioria dos brasileiros, o roraimense vem se habituando a um novo padrão de consumo. “Os clientes vem se privando de muitas coisas para se ajustar a nova realidade. A elevação do preço dos produtos é constante e não acompanha o reajuste de salários, por exemplo, para proteger o orçamento doméstico e continuar ornado com os débitos” diz.

Além disso, o economista lembra que o roraimense está abaixo do nível de renda do resto do país. “O que promove o crescimento econômico são os ganhos do comércio que acabam sendo reinvestidos na economia e gerando qualidade de vida para as pessoas”. A renda do roraimense não se eleva e com isso ele trabalha com o ‘breaking point’, o que chamamos na economia de ponto de equilíbrio, quando a renda do roraimense só consegue pagar os custos”, disse.