Marcos Jorge de Lima, secretário de Planejamento do estado de Roraima, foi um dos entrevistados no programa Agenda da Semana, apresentado pelo radialista Getúlio Cruz, e falou sobre o leilão de fornecimento de energia à Roraima, que ocorrerá até o dia 31 de maio. Previsão é de que até 2021, Roraima já receba energia de fontes alternativas e possa até comercializar com o sistema nacional.
De acordo com o secretário, existem cerca de 156 propostas no leilão que somam seis gigawatts de capacidade instalada. Boa parte dos interessados é do setor privado de multinacionais. “A expectativa é que tenhamos contratação acima da nossa necessidade energética que atualmente é de 210MW” explicou.
Lima falou sobre a segurança na hora da contração das empresas interessadas em fornecer energia alternativa ao Estado e frisou que os ofertantes devem apresentar boas ofertas e ainda manter a prestação de serviços de qualidade na geração de energia. “Nós precisamos assegurar que nos horários de grande consumo em Roraima, como meia noite e duas da manhã, a energia alternativa eólica e fotovoltaica seja tão eficiente quanto durante o dia.”
Marcos Jorge também explicou que poderá ter mais de uma empresa vencedora ofertando energia alternativa, que pode vir da soma das fontes eólica, fotovoltaica e utilização com gás por meio de termoelétrica. A energia a diesel pode ser ofertada, mas não será prioridade nas escolhas. O preço continuará o mesmo para serviços, à noite em torno de R$ 1.000 por megawatt e pela parte da manhã R$ 400 por megawatt, como oferta inicial.
Questionado sobre o potencial de energia eólica no estado, Lima falou sobre as possíveis pesquisas do setor privado e garantiu que a maioria das propostas são fotovoltaica e a gás. “É preciso constância de vento para energia eólica, portanto as propostas mais econômicas e mais adequadas a Roraima serão levadas em consideração.”
Linhão de Tucuruí – A Ligação de energia que deve ligar Roraima à transmissão de energia ao Amazonas também foi destaque na entrevista. A execução das obras abrange territórios de terras indígenas e requer licenças ambientais, mas segundo secretário de Planejamento do estado, o diálogo entre os índios está ocorrendo de forma pacífica e evolutiva. “Há um sentimento construtivo, inclusive das lideranças indígenas, e que nesse momento estão caminhando para a etapa final entre consórcio e eventuais compensações financeiras. Horários também são abordados nas reuniões. Sabemos que é apenas permitido transitar até as 18h, o que também é levado em consideração nos custos da construção do linhão”
Já nas questões ambientais, Marcos Jorge ressaltou que o diálogo sobre a altura das torres será levado em consideração para que não haja invasão de áreas consideradas de preservação para as comunidades.
“Até final de julho estarão concluídos todos os processos avaliativos. Em agosto teremos finalmente a construção do linhão de Tucuruí sem possibilidade de sermos dependentes de Guri novamente. Precisamos gerar nossa própria energia podendo até negociar ligação com a Venezuela novamente, mas em plano B,” explicou
Cenário econômico – Marcos Jorge de Lima também disse que Roraima ainda está sob efeito de calamidade financeira, mas que o governo discute com o IBGE e outros órgãos, formas que podem incrementar e custear investimentos no estado.
“A expectativa é que no último trimestre nós já estejamos em uma condição muito melhor do que essa que nos encontramos. Já era previsto que teríamos um semestre difícil devido às despesas físicas. Sem a boa orientação do governador quanto à questão dos gastos, teríamos um cenário vergonhoso, o que graças a Deus não aconteceu”