Cotidiano

Estudantes fazem ato contra cortes em instituições públicas

Atos simbólicos foram feitos com o objetivo de protestar contra a redução de 30% das verbas orçamentárias e alertar sobre os prejuízos causados

A tentativa de chamar atenção sobre os impactos do corte de 30% nas verbas das instituições públicas federais mobilizou estudantes, professores e servidores do Instituto Federal de Roraima (IFRR), a organizarem diversos atos simbólicos nesta segunda-feira, 13. Os protestos foram simultâneos em alusão ao movimento “Tira A Mão do Meu IF” nos 647 campi em todo país.

Logo no começo da manhã, os alunos e docentes fizeram um cordão humano ao redor da instituição no campus Boa Vista, localizado no bairro Pricumã. A ideia era mostrar acolhimento e respeito pela unidade escolar. “Queríamos mostrar principalmente nossa união com a nossa instituição, representando que não estamos ali para brincar, que realmente queremos estudar e vamos estar unidos nessa luta”, comentou a vice-presidente do grêmio estudantil, Lizia Souza.

Após o “Abraçaço Pela Educação” no campus, o ato foi repetido no prédio da Reitoria do IFRR, no bairro Calungá, entre professores e servidores administrativos. Em torno de 40 pessoas deram as mãos para demonstrar apoio e solidariedade para a instituição, que irá ter R$ 6,5 milhões de bloqueio no orçamento para despesas discricionárias, como energia, água e segurança. 

“É um abraço na educação para que o Governo [Federal] reflita em relação ao contingenciamento. Esse corte está prejudicando nosso aluno. Temos impactos em todas as unidades e apesar do corte não ser na assistência ao aluno, temos impactos nas atividades com os estudantes”, afirmou Nadson Castro, Pró-Reitor de Extensão do IFRR.

Castro frisou ainda que dentro do orçamento cortado, está também os custos com combustíveis para deslocamento de alunos nos cinco campi da instituição em Roraima. O receio também é que sem o pagamento das contas de energia, não terá como continuar as pesquisas científicas, prejudicando as bolsas estudantis. 

A reitora do IFRR, Sandra Botelho, destacou que caso a situação não seja revista pelo Governo Federal, o instituto só terá condições orçamentárias para se manter até setembro deste ano. “Isso é algo que nos preocupa, embora não tenha sido mexido na assistência estudantil e nem nos salários dos professores, isso tem um impacto direto nas empresas terceirizadas e no funcionamento”, garantiu.

Sandra assegurou que o IFRR se trata de uma instituição pública e de qualidade, tendo uma alta referência social. “Não podemos deixar que haja esse desmonte da forma que está acontecendo”, encerrou.

Manifestação nacional em defesa do ensino público está marcado para o dia 15

Além do campus central, os atos se estenderam para o campus Bonfim, no município sede, Zona Oeste, no bairro Laura Moreira; Campus Amajari, no município sede e no Campus Novo Paraíso, no município de Caracaraí. 

Os estudantes também confirmaram presença no ato nacional para paralisação das atividades durante o dia 15 de maio. A programação é que no período da manhã, após o primeiro tempo de aula, sejam feitos os cartazes para a manifestação.

Após isso, a partir das 15h, a concentração será feita no Centro Cívico com participação de estudantes da Universidade Federal de Roraima (UFRR) em ato a favor da educação pública e repúdio aos cortes determinados pelo Ministério da Educação (MEC). (A.P.L)

Leia também: UFRR paralisa por 24h e pode entrar em greve por tempo indeterminado