No dia 18 de maio, em que se comemora o Dia do Museu, o estado de Roraima ficou fora das programações por conta do fechamento do Museu Integrado de Roraima, localizado dentro da área do Parque Anauá, na capital.
O espaço criado na década de 1980, pela Secretaria de Educação, destinado a guardar parte do acervo que conta a história do Estado, fechou em 2012 e hoje se encontra em total abandono. A Reportagem esteve no local e registrou móveis de secretaria, livros, maquinário antigo, quadros rasgados e até fotos raras da região espalhadas pelo chão. Parte do teto está cedendo e há cupim corroendo as estruturas de madeiras exteriores. O acúmulo de lixo também denuncia que pessoas usam o local para dormir ou se alimentar.
O Professor e historiador Reginaldo Gomes lamenta o descaso do poder público com o espaço considerado importante para os alunos que não tiveram a oportunidade de aprender a história de Roraima visitando o museu. “O museu foi criado para facilitar discussões sociais e acadêmicas sobre a história e cultura regional. Infelizmente, por conta das políticas públicas que não deram atenção a esse campo do conhecimento tão importante, chegamos ao ponto de não sabermos aonde se encontram os itens que o compunham,” disse.
A Folha conversou com Márcio Freitas, diretor do Museu Integrado de Roraima, que disse que o IACTI (Instituto de Amparo à Ciência e Tecnologia da Inovação), que é responsável pelo espaço, fechou o local após perícia do Corpo de Bombeiros que constatou problemas na estrutura do museu. “As peças históricas estão preservadas no prédio da IACTI e os servidores que trabalhavam no museu continuam exercendo atividades em outras repartições públicas”, disse o diretor. Ainda de acordo com informações, está sendo feito um levantamento para auxiliar o projeto de reforma local que será apresentado ao Ministério da Cultura para obter verbas para realização da obra.
Museu Integrado de Roraima pode ganhar versão virtual
Ainda de acordo com Márcio Freitas, o Museu Integrado de Roraima terá todo o acervo catalogado em plataforma virtual para que a população tenha acesso à história do estado.
“Fizemos uma parceria com a Universidade Estadual de Roraima (UERR) e os alunos de história estão fazendo o trabalho de contagem e limpeza das peças. Vamos primeiro disponibilizar o acervo bibliográfico. A previsão é que até 2020 o acesso seja liberado a todos, enquanto não ocorre a reforma do espaço físico,” disse.
Roraima conta com museu especializado no estudo de solos
Roraima possui desde 2015 um museu especializado no estudo e amostras de solo e de rochas minerais, localizado no Centro de Ciências Agrárias do Campus Cauamé da UFRR (Universidade Federal de Roraima). Considerado o terceiro museu oficial do Brasil na área, o espaço é composto com 13 diferentes tipos de solo devidamente classificados após pesquisas de alunos e professores do curso de agronomia da UFRR.
De acordo com o professor José Frutuoso, responsável pela coordenação do museu, o espaço nasceu de um projeto que vem sendo ampliado desde a execução em 2006.
“O local também é utilizado para professores gravarem vídeo aulas explicando aos alunos a importância de conhecer o solo, principalmente em Roraima, terra que apresenta riquezas para plantio. O espaço também é aberto para a comunidade, mas é importante marcar visitação. Assim como recebemos alunos do Ensino Médio e acadêmicos de diferentes cursos, temos um projeto sendo executado dentro museu com o objetivo de despertar a população sobre notoriedade do solo,” explicou o professor.