Pelo tom de voz ao telefone, era possível perceber a preocupação de Valdivan Prado e Silva com o estado de saúde do seu pai, o senhor Garcia Alves da Silva, de 83 anos, que está internado no Hospital Geral de Roraima (HGR). Segundo a filha, a cada dia que passa a situação se agrava. “Meu pai está sem se alimentar, está muito fraco. Ele precisa fazer urgente uma cirurgia para que volte a comer, pois está apenas tomando soro”, relatou.
Valdivan relatou que tem quase uma semana que seu pai deu entrada na unidade de saúde, onde está internado na enfermaria 2, leito 11- PA. “Ele passou mal em casa com falta de ar e trouxemos para o HGR, onde teve um AVC [Acidente Vascular Cerebral]. Tentaram colocar uma sonda para que se alimente, mas falta material. Tem três dias e três noites sem comer, está somente no soro. A assistência está comprometida e até cirurgias estão deixando de ser feitas porque não tem instrumentos para os procedimentos cirúrgicos”, contou a filha.
“Tem que ser realizada uma cirurgia para colocar a sonda de alimentação gástrica chamada de GTT, mas falta material para os médicos fazerem esse procedimento. Meu pai está perdendo a voz, acredito que pelo fato de não estar se alimentando. Ele apenas acena com a mão pedindo comida, mas não é possível alimentá-lo, tem que ter a sonda”, disse Valdivan.
Governo diz que está adquirindo sonda e que alimentação do paciente foi modificada
A Secretaria de Saúde (Sesau) esclareceu em nota que está adquirindo a sonda de gastrostomia por meio de processo de licitação, devendo respeitar a legislação em vigor. Informou ainda que, em visita ao paciente na tarde dessa quinta-feira, 6, a equipe de nutrição do Hospital Geral de Roraima (HGR) alterou a alimentação do paciente para o tipo parenteral (alimentação do tipo venosa).
Quanto às cirurgias, a secretaria ressalta que por motivos de contingenciamento de materiais médico-hospitalares, as cirurgias eletivas (aquelas que podem esperar) estão temporariamente suspensas, para priorização das cirurgias de urgência e emergência.
O governo disse ainda que, tão logo esses materiais sejam entregues ao Estado, uma vez que estão em processo licitatório e os prazos legais precisam ser respeitados, os procedimentos cirúrgicos eletivos serão retomados conforme leis vigentes de priorização da Fila Única do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Qualquer cidadão tem o direito de reclamar caso seja mal atendido e para isso o Estado dispõe da Ouvidoria do SUS, que é o órgão responsável por apurar as demandas relacionadas à saúde e dar um retorno à população, processo que é monitorado pelo Ministério da Saúde e pode ser acessado por telefone (95) 2121-0590 ou 136 (nacional), por e-mail ([email protected]), pessoalmente ou por carta endereçada à Ouvidoria da Sesau, localizada na Rua Madri, 180, Aeroporto, Boa Vista-RR, CEP 69.310.043”, concluiu a nota.