Embora no ano passado o governo do estado tenha entrado com um agravo de instrumento na Justiça para que o Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima (Mafir) não fosse a leilão, o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima), Anastase Vaptistis Papoortzis, afirmou esta semana à reportagem da Folha que não há interesse do governo em continuar com a administração do Mafir.
O matadouro e frigorífico chegou a ser leiloado duas vezes no ano passado, em novembro e dezembro, mesmo o governo tendo recorrido na Justiça para evitar o leilão, o que aconteceu após decisão proferida pelo juiz Jarbas Lacerda de Miranda, da 4ª Vara Civil.
Segundo Papoortzis, é aguardada uma nova decisão da Justiça sobre esse caso. “O Mafir está penhorado para pagamento de dívidas da empresa. No ano passado o matadouro chegou a ir a leilão, mas não houve interessados em pagar o valor avaliado de R$ 11 milhões. Por esses motivos expostos, não há interesse do governo em continuar com a administração do matadouro e frigorífico”, informou.
Sobre quais providências estão sendo tomadas com relação ao Mafir, o presidente da Codesaima afirmou que o matadouro e frigorífico não está funcionando, mas mantém os funcionários cuidando da manutenção e segurança do patrimônio em tempo integral. “Os 88 funcionários do Mafir que haviam sido demitidos retornaram à empresa e já estão sendo aproveitados provisoriamente, até que saia uma decisão definitiva da justiça”, ressaltou Papoortzis.
No mês passado, durante reunião da comissão especial da Assembleia Legislativa, Papoortzis expôs aos deputados que formam o grupo a situação financeira da Codesaima. Na ocasião, ele disse que a despesa geral da empresa em 2018 foi de R$ 38 milhões e o gasto com salários R$ 9 milhões. “No ano passado a folha [de pagamento] era de R$ 1,5 milhão mensal. Baixamos este valor para R$ 650 mil ao mês”, disse.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA – Por meio de nota, o Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) informou que o processo referente ao Mafir está em fase de análise para despacho, na 4ª Vara Cível do TJ, não havendo prazo para emissão de deliberação.