Roraima verificou um grande aumento no número de crimes cometidos por imigrantes, em sua maioria venezuelanos, segundo relatório estatístico do Centro Integrado e Operações Policiais da Secretaria Estadual da Segurança Pública.
Os números divulgados revelam que nos anos de 2017 e 2018 foram registradas 5.939 ocorrências envolvendo estrangeiros, sendo que 95% desses casos foram praticados por venezuelanos. Os dados demostram que em 2017 o atendimento emergencial registrou 1.765 acontecimentos, representando 2,26% das 77.939 demandas do ano. Enquanto que em 2018 foram registradas 4.173 ocorrências, representando 5,8% no universo de 71.852 casos gerais, com taxa de crescimento de 2017 para 2018 na ordem de 136%.
A maior onda de crimes na capital aconteceu no bairro Caimbé, onde em 2018 foram registradas 361 ocorrências, um aumento de 94 casos, se comparado com 2017.
PM utiliza mapa para acompanhar ocorrências nos respectivos setores leste e oeste da Capital (Foto: Nilzete Franco / Folha BV)
O Centro da cidade ocupa a segunda posição com 371 casos em 2018 e 186 no ano anterior. O terceiro lugar é do bairro São Vicente, que registrou 360 ocorrências em 2018 e 103 em 2017. As posições seguintes são ocupadas pelos bairros 13 de Setembro, Buritis, Liberdade, Pintolândia, Asa Branca, Tancredo Neves, Mecejana, Pricumã, São Francisco, Jardim Floresta e Senador Hélio Campos. Essas áreas apresentam altas demandas de ocorrências por conta da concentração de estrangeiros em torno de abrigos e semáforos.
Confira no infográfico o relatório feito em relação a esses principais bairros, onde os crimes praticados por estrangeiros são mais comuns
Infográfico com demandas de ocorrências por bairros, envolvendo estrangeiros
Ocorrência envolvendo imigrantes é um desafio, diz comandante da PM
Comandante da PM, coronel Elias Santana: “É preciso que se faça uma triagem, porque é preciso saber quem está entrando no estado” (Foto: Nilzete Franco / Folha BV)
A falta de um controle no fluxo de entrada de imigrantes na fronteira de Roraima com a Venezuela é um dos fatores de piora na criminalidade de Roraima. Essa é a opinião do comandante da Polícia Militar de Roraima, coronel Elias Santana, que considera um desafio o grande número de ocorrências policiais envolvendo estrangeiros. “É um problema que sobre a ótica atual não se pode solucionar, porque essa entrada de imigrantes é diária. Nós não estamos lidando somente com imigrantes que chegaram há meses passados, mas com estrangeiros que continuam entrando em Roraima. E outra coisa, a quantidade deles que tínhamos ontem será diferente da que temos hoje”, ressaltou.
Segundo ele, é necessário que se pense em fazer uma triagem lá na fronteira, porque é preciso saber quem está entrando no estado, quem é cidadão de bem, se entre eles quem é detentor de ficha criminal, entre outras questões. “O grande complicador é que essas pessoas entram em situação de vulnerabilidade social, pois precisam se alimentar, de atendimento médico, de escola, e o estado, por mais que se esforce, vai encontrar dificuldades para suprir essas demandas, porque a cada dia teremos um número maior de ocorrências, principalmente envolvendo imigrantes em situação de fragilidade”, esclareceu o comandante.
Crimes contra o patrimônio, furto e roubo estão entre os que tiveram um aumento considerável entre os cometidos pelos imigrantes. Coronel Santana explicou que os dados apontam que parte desses delitos é feito com o intuito de possibilitar aos imigrantes o mínimo de sobrevivência. “Até o furto famélico, pessoas que furtam e roubam com o intuito de se alimentar ou prover o alimento daqueles que estão sob sua proteção”, disse o comandante da Polícia Militar.
Sobre a redução da violência, ele disse que, de fato, os dados reduziram e isso se deve à integração das ações do Sistema de Segurança. “A partir do momento que a Força-Tarefa de Intervenção Federal passou a exercer o controle efetivo no sistema penitenciário, evitando fugas e o contato de presos com o mundo externo, facilitou as ações das polícias nas ruas. E nós da PM, como organização que fazemos policiamento ostensivo, contribuímos com o trabalho da força-tarefa e vice-versa”, comentou coronel Santana. (E.R.)