O Projeto ‘Mexendo a Panela’, uma ação humanitária idealizada pelo padre Revislande Araújo com o propósito de fornecer alimentação, roupas e calçados às famílias de baixa renda e imigrantes em situação de vulnerabilidade social, está completando quatro anos de existência. Referência no estado devido ao trabalho de acolhimento, o projeto executado por meio de amigos, parceiros e comunidade foca em ajudar o próximo.
Para comemorar a data, o padre celebrará uma missa de agradecimento no dia 24 de junho, às 19h, na Igreja Nossa Senhora da Consolata, localizada no bairro São Vicente. A missa será aberta a toda população e tem como objetivo refletir sobre a importância do trabalho voluntário.
De acordo com Revislande Araújo, o ´Mexendo a panela´ nasceu nas dependências da paroquia Nossa Senhora da Consolata em 2015. Inicialmente o próprio padre cozinhava e distribuía pelos bairros de Boa Vista marmitas aos dependentes químicos e moradores de rua.
“No começo eram feitas 40 marmitas por dia para serem entregues àqueles que encontrávamos famintos. Logo depois, recebemos a doação de mais marmitas e somamos 70 pratos durante o primeiro ano. Com a chegada dos venezuelanos, a iniciativa se transformou em um projeto maior, em 2016. Hoje atendemos por dia mil e trezentas pessoas que estão localizadas no abrigo próximo à Rodoviária Internacional de Boa Vista”, disse.
O projeto ganhou parcerias importantes como a Fraternidade sem Fronteira (Organização que atua nos lugares mais pobres do mundo), Maçonaria, entidades religiosas e Rotary Internacional, associação que une voluntários na prestação de serviços.
“As parcerias nos ajudaram a construir banheiros e já abrigamos por um ano 800 pessoas, antes da construção dos abrigos pela Operação Acolhida. Nós também damos atenção à saúde da criança e da mulher, fornecendo material de higiene, leite e outros itens necessários”
Kalú Brasil, cozinheira do mexendo a panela (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)
Kalú Brasil, cozinheira regional há 40 anos e que viaja pelo mundo levando os sabores da comida roraimense, é voluntária duas vezes por semana na cozinha do projeto. Para ela, cozinhar é um gesto de amor, por isso se mantém envolvida no voluntariado.
“Vim conhecer o projeto e fiquei emocionada. Temos tempo para tudo, mas nunca temos tempo para nos doarmos aos necessitados. A sociedade julga o imigrante como culpado pela onda de violência, mas no meio dos maus há muita gente boa que precisa de ajuda.
A empresária Áurea Cruz, uma das coordenadoras do projeto, encorajou toda a sociedade a participar do ‘Mexendo a Panela’. Para ela, o envolvimento com o trabalho voluntariado demonstra respeito ao próximo e compromisso cristão com a igreja.
“Voluntariar-se não implica em vir até a paróquia e cozinhar, mas tem muito a ver com doar tempo ou ajudar na arrecadação de alimentos e roupas. Queremos que a população compreenda que ajudar os imigrantes dando esperança é tirá-los da situação de marginalização, pois o problema pode se agravar se não fazemos algo por quem chega” concluiu.