Incluir um animal de estimação em casa significa muita responsabilidade e mudança na rotina, ainda mais se a família tiver crianças pequenas. Nesse momento, surgem várias dúvidas, como: “Será que o meu filho pronto para ter um animal de estimação?”, ou “Existem riscos para a saúde da criança?”.
A pediatra Ana Carolina Brito explica que desde autorizado pelos pais e acompanhados por adultos, ter um pet de estimação traz inúmeros benefícios para a saúde da criança, inclusive no comportamento infantil. “O primeiro fator a ser estimulado é o senso da responsabilidade quando se participa da criação do animal, dividir a atenção dos adultos, além da companhia e as brincadeiras que podem trazer interação” conta. Além disso, o organismo de crianças que têm contato com animais desde pequenas, passará a tolerar mais as reações alérgicas.
Segundo ela, os pais devem estar atendo a faixa etária das crianças. “A partir da idade da criança é possível saber o grau de comprometimento que ela poderá ter com o bicho, alguns animais são mais dóceis e são ótimas companhias para crianças. Ensinar para a criança entenda as necessidades do animal como o banho e alimentação, e também desenvolve a amizade entre eles” conta.
Outro benefício inquestionável é o companheirismo e os diversos estímulos que o animal provoca na criança – o bebê exercita a coordenação motora fina ao ter de controlar sua força para fazer um carinho.
A especialista explica que cabe aos pais avaliar se a criança está pronta para ter um bichinho ou não. A decisão de levar para casa um cachorro, um gato, um papagaio, um periquito ou qualquer que seja a espécie do bichinho deve ser tomada pelo amor que ele inspira. “O animal nunca deve ser tratado como um brinquedo. Aquele que serve para algumas horas e depois é largado pelos cantos“, alerta a pediatra.
Na maioria das vezes, a criança vai gostar de estar ao lado do animal, mas também haverá situações em que ela poderá se sentir frustrada. Isso pode ocorrer no caso do bichinho bagunceiro e desobediente. “É aí que os adultos devem interceder e explicar que o animal não sabe o que está fazendo e orientar a criança de forma a aprender a lidar com ele com respeito e dedicação”, completa.
Pesquisa
Segundo um estudo feito na Universidade de Munique, envolvendo milhares de crianças que foram monitoradas desde o nascimento até os 6 anos com coletas seriadas de sangue, mostrou que aquelas que conviviam com cachorro dentro de casa apresentavam menor risco de desenvolver sensibilidade a pelos, pólen, poeira e outros agentes alergênicos inaláveis do que crianças sem cães. Outro grande estudo concluiu que crianças expostas à presença de um cachorro durante o primeiro ano de vida apresentaram uma queda de 13% no risco de desenvolver asma durante a infância e que, quando o contato era aumentado para outros animais (como numa fazenda por exemplo), a queda poderia ser de até 50%.
Além disso, pesquisadores do departamento de Psicologia da Universidade de São Paulo, mostrou que a companhia de um bicho reduz as chances de desenvolver resfriados e outras doenças nos pequenos pois há um fortalecimento do sistema imunológico secundário ao aumento dos níveis de imunoglobulina A, um anticorpo presente nas mucosas que evita a proliferação viral ou bacteriana.