As buscas pela jovem Emily Natasha de Souza Ferreira, 20 anos, que estava desaparecida desde o dia 1ª de junho, foram encerradas na noite dessa quinta-feira, 27, quando seu corpo foi encontrado por populares às margens da BR-174, na região do Murupu, zona Rural de Boa Vista, sentido Norte do Estado. Os policiais descobriram que a ossada era do sexo feminino porque estava vestida com calcinha, short e blusa.
O corpo estava amarrado e com sinais de ter sido queimado. As equipes de Perícia e do Instituto de Medicina Legal (IML) foram acionadas e chegaram ao endereço às 20h40, juntamente com agentes da Delegacia Geral de Homicídios (DGH). A guarnição da Cavalaria foi quem atendeu a ocorrência e acompanhou os trabalhos da Polícia Civil até o corpo ser removido para a sede do IML, inclusive fez o acompanhamento do rabecão.
O corpo foi submetido à perícia e a exames de identificação. No começo da tarde de ontem, dia 28, o odontolegista Gilberto Paiva confirmou, por meio de exames da arcada dentária, que o corpo esqueletizado é de Emily.
A reportagem conversou com pai da jovem e ele disse que a família mora no bairro Sílvio Botelho, por isso não sabia porque o corpo da filha estava tão distante. Desde o dia em que desapareceu, o pai disse que iniciou a procura. “Já tinha procurado muito, ido à Polícia e espalharam as fotos dela na internet. Minha enteada mostrou que tinham encontrado uma ossada humana de mulher no Murupu. Eu fui no IML, falei que ela usava aparelho e tinha tatuagem e aí ligaram de volta dizendo que foi confirmado que era ela mesmo”, destacou.
O pai disse que não tem suspeitos e nem poderia apontar alguém como autor do crime, mas explicou que na noite do sumiço Emily estava bebendo numa distribuidora ao lado da casa onde mora, ocasião em que recebeu uma carta e depois de ler, desapareceu.
Quando questionado se a filha tinha envolvimento com criminosos, ele disse que ela já foi presa duas ou três vezes, era usuária de drogas, estava envolvida num latrocínio [roubo seguido de morte], mas que suspeitava que a jovem teria sido morta por alguém que vingou a morte da vítima do latrocínio. “Eu já tinha aconselhado muito. Desde que era novinha eu dei conselho”, declarou.
Por fim, o pai ressaltou que sabe o nome de quem enviou a carta, mas não sabe o conteúdo porque apenas a vítima e o rapaz que escreveu teriam conhecimento do que diz o texto. “Eu não peguei na carta. Ela não morava comigo. Foi criada pela avó. Só sei que depois dessa carta ela sumiu. A carta chegou da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo [Pamc] porque quem enviou está preso”, concluiu o pai da vítima.
O IML ainda não confirmou a causa da morte, mas suspeita-se que a vítima tenha sido asfixiada antes do corpo ser queimado. O caso está sob investigação da DGH. Emily deixa um filho. (J.B)