Cotidiano

Vendas de equipamentos de segurança aumentam 40%

Há quem invista algo em torno de 30 mil comprando equipamentos de segurança para o empreendimento

‘Sorria, você está sendo filmado!’ é uma frase comum colocada em cartazes de diversos estabelecimentos comerciais, mas há muito tempo, deixou de ser suficiente para inibir a ação de bandidos. Por conta da onda de roubos que toma conta do estado, a busca por proteção residencial e comercial vem aquecendo as vendas no setor de equipamentos de segurança eletrônica. Mesmo com a atual crise financeira, investir em segurança se tornou uma medida indispensável para minimizar os riscos, evitando assim ações criminosas que possam causar prejuízos financeiros e até mesmo colocar vidas em risco.

A violência fez aumentar as vendas de equipamentos de segurança eletrônica entre 20% a 40%. Por um lado, o empresário do segmento Antônio Mendonça lamenta o aumento da criminalidade que aterroriza a todos, mas, por outro lado, comemora o sucesso com a comercialização dos aparelhos. “O aumento nas vendas por causa de roubos a residências e em lojas são um termômetro para esse mercado. Todas as vezes que há uma fuga na Pamc [Penitenciária Agrícola de Monte Cristo], rebelião em alguma unidade prisional, arrombamentos, e principalmente quando essa criminalidade repercute na imprensa, as vendas sobem”, afirmou.

Segundo ele, investir em segurança deixou de ser luxo e passou a ser necessidade. “Antes, boa parte de empresários dos mais variados segmentos é que instalava equipamentos. Hoje, praticamente todos os lojistas têm sistema de segurança em seus empreendimentos, bem como as residências passaram a ser protegidas”, comentou Mendonça, dizendo que as pessoas estão se prevenindo mais, comprando câmeras, sensores de alarme, cerca elétrica e, muitas vezes, até adquirindo o sistema de alarme completo. 

Mendonça garantiu que no mercado existem equipamentos de segurança eletrônica dos mais variados preços e para todos os bolsos. Por exemplo, para comprar quatro câmeras, o investimento é entre R$ 1.300 a R$ 1.400, seja para o comércio ou residência, incluindo a mão de obra e fios na instalação. Já um sistema de alarme em residência, com sensores nas portas, varia de R$ 500 a R$ 1.500 reais (central, bateria, sirene, controle remoto). Em um comércio pequeno, o investimento fica em torno de R$ 4 mil e R$ 5 mil. O sistema de segurança eletrônica top dos tops, o mais completo, para uma casa de classe média alta o valor ficará na faixa de 10 mil reais. “Sei de um empresário, dono de supermercado, que investiu algo em torno de R$ 30 mil. Os valores são bem variados, porque depende do tamanho do local, e quanto mais a pessoa está querendo se proteger, mais terá que gastar”, comentou.

Empresário gasta R$ 120 mil por mês em segurança eletrônica

Lojistas recorrem a todo tipo de equipamento para garantir a proteção do empreendimento (Foto: Nilzete franco / Folha BV)

O empresário José Saraiva Júnior, dono de uma rede de sete lojas de supermercado, está no mercado há 21 anos. Ele disse que já perdeu as contas de quantas vezes o empreendimento foi roubado. “Praticamente todos os dias tem caso em alguma loja. Nem a segurança eletrônica e nem os 50 homens da equipe de prevenção contratados para o serviço dentro dos supermercados inibe a ação de bandidos”.

Para tentar garantir a segurança das lojas, o empresário afirmou que aumentaram as despesas e o investimento é constante. “Tenho inúmeras câmeras, sensores de alarme, homens da equipe de prevenção, além de pagar uma empresa de monitoramento 24 horas. Ao final do mês, gasto cerca de R$ 120 mil com manutenção dos equipamentos, salário dos seguranças, encargos”, afirmou Júnior.  

O modelo de fachada do empreendimento, feito em vidro e pensado para chamar a atenção de quem passa em frente à empresa, precisou ser modificado após a ação de bandidos que quebraram a vitrine e roubaram alguns produtos da loja. “A frente continua em vidro, mas reforçamos com uma grade sanfonada de ferro, que é fechada no período da noite, além de termos câmeras e sensores”, contou a farmacêutica Eliana de Souza e Silva, empresária do setor de medicamentos manipulados.

Ela disse que ficou mais seguro, mas contratou ainda uma empresa de monitoramento, colocou cerca elétrica e concertina para evitar que entrem pelas laterais da loja. “Se ocorrer algo dispara o alarme de sensores de entrada e saída, que aciona diretamente na empresa de segurança que envia profissional até o empreendimento. Todas as áreas internas e externas são monitoradas por um sistema de câmeras. Investimos bastante”, disse Eliana que não revelou quanto já foi gasto para proteger a loja, mas informou que, por mês, gasta uma taxa de manutenção de 200 reais. “Conforme vai evoluindo a maneira de agir dos bandidos, a gente vai investindo para garantir a segurança da loja”, ressaltou.

Também depois de ter a loja furtada e consequentemente prejuízos, foi que Maria Verônica Clementino, gerente de uma das quatro lojas de confecções localizadas em bairros da zona oeste da Capital, se atentou para reforçar as lojas com equipamentos de segurança eletrônica. “Sempre tivemos câmeras, mas só elas não eram suficientes. Então adquirimos um sistema de segurança mais moderno, como mais câmeras, sensores, monitores e contratamos ainda uma empresa de monitoramento. Quando estamos próximos de datas comemorativas, em que a tendência no mercado é aquecer as vendas, contratamos homens para fazer segurança em cada loja”, comentou, informando que gasta R$ 176 por mês com a manutenção dos equipamentos. (E.R.)