Economia

RR tem 50 empresas exportando para Venezuela, Guiana e Caribe

As empresas de Roraima estão se tornando mais competitivas internacionalmente e abrindo um leque de opção para exportação dos mais diversos produtos. Atualmente 50 empresas roraimenses estão cadastradas na base da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier) e estão operando com exportação, seja de itens fabricados no Estado ou de produtos que vêm de outros estados e que são exportados por Roraima.  

À Folha, a coordenadora técnica da Fier, Karen Teles, informou que hoje o maior volume de exportações é para o mercado da Venezuela, como o arroz, farinha e derivados. Ela explicou que outras empresas locais exportam ainda ração animal, água mineral, refrigerantes, cervejas e subprodutos de soja para Guiana Inglesa e outros mercados do Caribe.

“O desafio é continuar dando apoio a estas empresas que têm essa demanda que está muito grande para o mercado venezuelano, mas focando também em apoiar as empresas que apresentam potencial para atender o mercado que não está em crise, como o Caribe, e que tem grande demanda de consumo”, afirmou.

Entre as principais demandas, Karen apontou os alimentos industrializados, como massas congeladas, sorvetes, iogurtes e queijos, polpa de frutas, além da exportação de móveis. 

Ela destacou que pelo menos duas empresas beneficiadoras de soja já estão consolidadas em Roraima e processando o grão para a produção de ração e óleo. 

“Estes produtos já estão sendo vendidos no mercado interno e no externo, embora ainda em pequena produção, justamente pela dificuldade de ter mercado lá fora, e é neste ponto que a Fier convoca os empresários que apresentem potencial de exportar ou que tenha curiosidade, que temos metodologias para fazer um diagnóstico da empresa e dar as informações necessárias das etapas e apresentar um plano de exportação de acordo com a realidade da empresa e do produto que pretende colocar no mercado internacional”, disse. “Isso pode ser rápido ou demorar mais um pouco, vai depender do produto e do mercado”, complementou. 

Karen citou o Centro Internacional de Negócios com técnicos capacitados pelo Ministério da Economia para atender e orientar as empresas que pretendem exportar.

“Estamos sempre interagindo com a equipe do Ministério e pedindo orientações e informações atualizadas sempre que precisamos e com objetivo de deixar nossas empresas com competitividades de exportar”, disse. “Atualmente estamos acompanhando três empresas que participaram do projeto piloto de nova metodologia de atendimento, cada uma com produto diferente, uma na área de rações, uma de extração de minerais não metálicos e outra do setor de sorvetes”, afirmou. (R.R)

Criação do comitê local facilita resolução de problemas 

Karem Teles destacou ainda a criação do Comitê Local de Planos Estratégicos como fundamental para conseguir colocar em prática os planos de exportação das empresas. O Comitê é formado pela FIER, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Banco do Brasil, Receita Federal, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Roraima (FAERR), Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento do Estado (Seplan), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Ministério da Agricultura (MAPA) e Prefeitura de Boa Vista, dentre outros órgãos. 

“Todos estão envolvidos e isso facilita a resolução de problemas, pois acompanham o desenvolvimento dos planos e o olhar de cada membro é diferenciado para agilizar na solução”, disse. “A Fier colocou na pauta do Comitê para conseguir entrar em vigor o acordo de transportes com a Guiana”, disse. “Com isso podemos viabilizar a entrada de produtos que hoje é feita em pequenas quantidades e se conseguirmos esse acordo de transportes, vamos poder entrar com caminhões de carga e vender mais para a Guiana e para outros países do Caribe”, afirmou.

Karen informou que aguarda a definição das políticas e diretrizes nacionais para adequar as ações no comitê local, mas que o grupo vem trabalhando outras ações.

“Como já temos o plano de ação estadual, estamos trabalhando em cima da nossa realidade econômica e empresarial”, disse. “O grande desafio é pensar o futuro e o entrave que acontece hoje é a solução em longo prazo, para isso basta analisar e fazer o planejamento estratégico adequado para cada empresa e demanda de mercado”, disse. (R.R)