Com o fim da piracema, os mais de 5.700 pescadores registrados nos sindicatos e associações estão de volta aos rios de Roraima em busca do pescado, depois de quatro meses sem trabalho e recebendo o seguro-defeso pago pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
À Folha, o presidente da Federação dos Sindicatos dos Pescadores de Roraima, Leonel Pereira, informou que não houve nenhum registro de irregularidades dos pescadores associados.
“A federação representa 5.730 pescadores de oito sindicatos e duas associações de pescadores e não consta registro de infração. Isso mostra que nossos pescadores são responsáveis e entendem o significado da piracema”, disse.
Leonel informou que os peixes subiram o rio e conseguiram fazer a desova durante o período da Piracema, que aconteceu de 1 março a 30 de junho, garantido o aumento das espécies nos rios de Roraima.
“Ainda não dá para dizer que aumentou o volume de peixes devido aos rios estarem muito cheios, mas acredito que como o período da Piracema foi respeitado e com muito peixe subindo os rios para a desova, com certeza teremos boas pescas assim que os rios baixarem as águas”, disse.
“Lembrando que o pirarucu continua com a pesca proibida até o dia 31 de agosto. O defeso do pirarucu começou em março, junto com as outras espécies”, alertou.
Femarh apreende 63 apetrechos proibidos além de 55 quilos de peixes
Se de um lado os pescadores associados e sindicalizados não foram notificados este ano, alguns pescadores autônomos continuam tentando burlar a lei e tentam pescar mesmo no período proibido.
Para coibir essa prática e tentar manter a reprodução das espécies nativas nos rios de Roraima os agentes fiscais da Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) fizeram fiscalização rotineira nos principais rios do Estado desde o mês de março, quando iniciou a Piracema, até seu término neste domingo, dia 30 de junho.
O chefe da fiscalização ambiental da Femarh, Yuri de Lima Teixeira, disse que neste período de quatro meses as ações resultaram na apreensão de 63 apetrechos proibidos para pesca, entre eles malhadores, canoas, espinhéis e carotes nos rios, além da apreensão de 55 quilos de peixes regionais, entre eles surubim, caparari, matrixã e pacu.
“Tivemos dois pescadores autuados e pagaram multa de R$ 700 mais 20 reais por quilo de peixe e respondem processo. Eles foram pegos em barcos, em datas diferentes, no Rio Branco, em Caracaraí, com todos os equipamentos de pesca proibidos nesta época e um deles já com peixes”, disse. “É difícil pegar pescadores em flagrante, já que eles vão para os rios e colocam os malhadores e saem para voltar de madrugada”, afirmou.
“As ações foram positivas e percebemos que os pescadores estão mais conscientes e respeitando mais o período da piracema e ajuda a natureza a aumentar o estoque de peixes nos rios e manter as espécies regionais”, disse.
As ações da Femarh aconteceram em parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade), Cipa (Companhia Independente de Polícia Ambiental) e Delegacia de Proteção do Meio Ambiente (DPMA).