Fazer um plano estratégico de políticas voltadas para a segurança pública para estar em prática por pelo menos dez anos no Estado, independente de quem estiver no poder. Foi com essa frase que o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Olivan Pereira de Melo Júnior, iniciou a entrevista com a Folha, por telefone, de Brasília.
“Temos que ter plano de Estado e não apenas de Governo”, afirmou, se referindo a elaborar um plano estratégico de segurança que seja voltado para o Estado e não apenas para questões pontuais de um governo.
Ele falou sobre o encontro que teve com o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que tratou sobre o pacto da segurança pública em Roraima, tema inicialmente discutido em reunião com os órgãos que atuam no sistema de segurança do Estado, na semana passada.
“Esse encontro como o ministro Sérgio Moro foi para entrega de três propostas de projetos do pacto que definimos na reunião que realizamos na semana passada, em Boa Vista, com os órgãos de segurança federais, estadual e municipal”, disse.
O tema do primeiro projeto do pacto se referiu à Política Estadual de Segurança Pública. Ele disse que sem este projeto definido, o Estado não se enquadra no critério para receber recursos do Fundo de Segurança Pública, no valor de R$ 10 milhões anuais.
O segundo projeto se trata do Plano Estratégico de Segurança Estadual que deriva da política do projeto anterior e que também é critério de credenciamento para ter acesso aos recursos.
O terceiro é a parte mais técnica do pacto e se refere à definição e configuração de trabalho das equipes por força tarefa.
“Com a criação da Secretaria Nacional de Operações Policiais Integradas, do Ministério da Justiça, e a nomeação do delegado da Polícia Federal, Rosalvo Franco, o projeto de polícia integrada avança no Brasil e estamos em Brasília reunidos e ouvindo sobre os projetos exitosos para levarmos o modelo para Roraima”, disse. “Depois retornar com uma proposta de formação de força-tarefa dos órgãos no Estado e trabalhar em Roraima, espelhado com as ações do Ministério da Justiça”, disse.
“Acredito que a partir de um trabalho de segurança pública organizado, vamos conseguir virar o jogo da segurança no Estado, já que até o momento não há um plano de segurança de Estado, mas de Governo. Agora esse é nosso projeto, a partir de um plano decenal que possa ser de longa duração na segurança no Estado, independente de quem assuma no futuro”, afirmou.
Doação do governo Federal vem de avião para evitar ataque do crime organizado
Em relação ao recebimento de equipamentos de segurança doados pelo Governo Federal, o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Olivan Pereira, informou que se trata de equipamentos do legado das Olimpíadas de 2016, no Rio de janeiro, como viaturas seminovas, armas, munições e coletes, na ordem de R$ 1,6 milhão.
“O Bombeiros vai receber três viaturas e equipamentos específicos de salvamento; a Polícia Civil e a Polícia Militar vão receber 18 viaturas que serão entregues pela Força Nacional e virão em comboio para Roraima”, disse.
Ele explicou que os demais equipamentos, como armas, munição e coletes vêm em avião da Força Área.
“Não vamos levar esses equipamentos junto com as viaturas até Roraima, para não dar oportunidade para o crime organizado fazer emboscada contra o comboio. Vamos fazer esse transporte coordenado com a Força Aérea. Faltam alguns detalhes de planejamento, e até o final do mês devemos estar com os equipamentos no Estado”, disse.
(R.R)