VANESSA FERNANDES
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A Cooperativa de Agropecuária de Roraima (COOPERCARNE) anunciou na sexta-feira (5) novo aumento no valor de revenda da carne no estado. A medida que eleva o preço em 1,86%, entrará em vigor a partir desta segunda-feira (8).
Segundo o presidente da Coopercarne, Nadisson Pinheiro, desde 2016 a produção rural enfrenta dificuldades devido às fortes estiagens e intensos invernos. Com as chuvas que tornam precárias as condições de acesso às estradas e vicinais, o envio do boi para o abate fica comprometido, além do aparecimento de pragas como a lagarta, que torna o pasto de péssima qualidade.
“Todas estas dificuldades provocam a diminuição da oferta e ocasionam o aumento no preço. O reajuste é baixo se comparado à quantidade de empecilhos, mas também não queremos penalizar o produtor. Por isso, decidimos segurar um pouco mais, já que em abril houve o reajuste de 2,86%” explica.
Nem mesmo o incentivo fiscal à produção agropecuária por meio da lei nº 215 de 11 de setembro de 1998 facilita a vida do empresário agrícola local, segundo a Coopercarne. Nadisson explicou que o custo de produção em Roraima é muito caro e o gasto com transporte, sal, medicamentos, fertilizantes e herbicidas acabam influenciando o valor final ao consumidor.
O representante comercial Ayala Guedes acredita que o preço da carne em Boa Vista é muito mais barato do que o praticado em Manaus, mas diz que vem sentindo o peso dos constantes reajustes no bolso. “Eu, como vendedor, entendo que o aumento é justificável pelas dificuldades e pelo alto custo que os empresários de Roraima possuem, mas pelo meu lado cliente e pai de família, sempre opto pelo que menos afetará meu orçamento. Passamos a consumir carne apenas três vezes na semana” conta.
Ainda sobre a expectativa para o futuro, Nadisson acredita que com o fim do inverno tudo possa ser normalizado. Entretanto, não confirmou se o valor será reduzido.