O Trabalho de identificação humana realizado pelo Instituto de Criminalística de Roraima desenvolve importante papel na elucidação de crimes ocorridos no Estado. Umas das principais formas é a perícia por voz, técnica que ao analisar provas de casos contendo áudios pode detectar com precisão que são os suspeitos.
De acordo com o diretor do Instituto de Criminalística, Steffani Ribeiro, Roraima é o estado pioneiro na realização de perícia de identificação por voz tendo elucidado cerca de 150 casos, alguns envolvendo pedidos de outras regiões do país, e explicou o porquê da perícia de voz ser um método seguro de constatação.
“O Governo Federal estabeleceu que todos os estados deveriam ter a perícia por voz desde 2009, mas nós já fazíamos esse trabalho muito antes. A voz humana tem diferentes aspectos que envolvem por exemplo, sociedade, idioma, fonemas e frequências. Assim como a escrita e a impressão digital, cada ser humano possui uma voz única, por isso que é possível definir com exatidão, por meio de programas, a quem pertence a voz analisada”, disse Ribeiro.
Steffani citou como exemplo o caso do traficante colombiano Carlos Abadia, preso no Brasil após ter feito 78 procedimentos plásticos e ficado irreconhecível, sendo necessária a perícia de identificação por voz para total constatação de sua identidade. Em Roraima, um dos casos de mais destaque envolveu uma figura política que teve áudios manipulados sob acusação de participação em atitudes ilícitas.
“Cada pessoa tem uma maneira de falar, e o programa que faz a comparação das vozes pode nos dizer se a voz pertence ou não ao investigado. No caso do político investigado ele era acusado de ter feito declarações comprometedoras e somente após investigações foi constatado que houve montagens nas falas”
Perícia analisa imagens e combate pornografia infanto-juvenil
Além do trabalho de perícia com material biológico e identificação por voz, o Instituto de Criminalística trabalha ainda no combate de crimes envolvendo material pornográfico infanto-juvenil. De acordo com o diretor do Instituto, Steffani Ribeiro, diversos casos de pedofilia chegam aos peritos sendo o trabalho importante par definir andamento dos processos.
“Existem vídeos nos quais muitas pessoas se comportam como criança ou usam acessórios de uma. Por isso a análise minuciosa é necessária. Existem montagens de imagens onde há o corpo de alguém com o rosto de outra pessoa, por exemplo. São assuntos delicados que precisam ser tratados com muita atenção”, explicou Ribeiro
Perito alerta sobre superexposição em aplicativos
O Perito Steffani Ribeiro disse que população deve permanecer atenta sobre divulgação de dados pessoais (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Ribeiro fez um alerta à população sobre a exposição em aplicativos online e o fornecimento de dados pessoais a alguns serviços, pois ao acessar uma rede de internet é criada porta de entrada para o aparelho eletrônico utilizado.
O perito destacou um caso em Boa Vista envolvendo o CPF cadastrado em chip de aparelho celular que resultou na prisão de um inocente, por dois anos, após ter transferido o aparelho para o primo traficante.
“A polícia fez a interceptação das conversas do indivíduo e em investigação chegaram até o CPF do número que estava cadastrado e o rapaz acabou respondendo por um crime que não cometeu. O advogado solicitou o exame de perícia de identificação por voz e só então ele foi solto, porque a voz não era dele. Já em relação ao uso dos aplicativos e internet muitas pessoas autorizam acesso ao celular de forma consciente quando não leem os termos de uso. Ação bastante explorada por gente mal intencionada”