José Gregório e a esposa Melida Vireth são venezuelanos e ainda moram nas ruas de Boa Vista. O casal e as duas filhas percorreram quilômetros até o posto da Polícia Federal, em Boa Vista, em busca de atendimento para solicitarem permissão para ficar no Brasil. A família faz parte do total de 104.355 venezuelanos no país, que entraram com pedido de refúgio entre os anos de 2010 e 2019. Desse total, Roraima é responsável por 85% dos pedidos, num total de 88.820 refugiados de vários países, sendo 83.062 apenas de venezuelanos, segundo os dados da Coordenação Geral de Polícia de Imigração.
No ano de 2018, entre os meses de janeiro e abril, foram 14.568 pedidos de refúgios de imigrantes venezuelanos. Já no mesmo período desse ano, foram contabilizados 19.515 pedidos, o que aponta aumento de 4.947 nas solicitações, um crescimento de 33%. Ainda de acordo com a pesquisa, o perfil da população imigrante que chega à capital é de maioria do sexo masculino, contabilizando 54,70%.
Dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) revelam que já passaram pela fronteira de Pacaraima, principal entrada de imigrantes, 170 mil pessoas em quase dois anos de registros realizados pela Operação Acolhida, sendo que apenas 14.476 passaram pelo processo de interiorização.
Perfil dos refugiados – Conforme informações da Coordenação Geral de Polícia de Imigração e ACNUR, o perfil da profissão dos trabalhadores imigrantes é em maioria pedreiros, serventes, gesseiros, com idade economicamente ativa entre 18 a 49 anos.
Uma pesquisa realizada por um grupo de até 500 refugiados com nacionalidades variadas em oitos estados incluindo o Amazonas, apontou que 33% dos imigrantes desconhecem qualquer dever ou direito ligados a condição de refugiados mais que 91% utilizam os serviços de saúde pública. Os benefícios sociais ou os programas de transferência de renda atingiram apenas o número 86 refugiados inclusos na pesquisa realizada em junho desse ano.