O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) não tem recursos destinados para a manutenção das barreiras fitossanitárias da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr). Essa informação é do superintendente Federal da Agricultura no Estado, Plácido Alves. Ele disse ainda que até o dia 2 do mês passado, o Mapa investia R$ 135 mil mensais na Aderr, para o pagamento de diárias dos servidores da agência e de policiais militares que trabalhavam nas barreiras, que tinha como objetivo reduzir o risco da praga por conta da fiscalização intensiva no transporte.
“O Mapa já se manifestou que não tem recursos para fazer a manutenção e, em razão disso, não tem como cobrir as despesas. É que acabou o dinheiro do Governo Federal, que está sem recursos, assim como o Governo de Roraima”, ressaltou o superintendente. Ele informou que o Governo Federal está tentando conseguir recursos por meio de uma emenda do relator geral do orçamento da União, no valor de 57 milhões, para a instalação de novas barreiras em Alto Alegre e em Boa Vista. “A ministra da Agricultura, Teresa Cristina, está fazendo gestão junto ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para a liberação desses recursos”, disse.
“Já temos praticamente acordado com a Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária que, quando essa emenda for liberada, o Mapa vai firmar um convênio com a Aderr para cobrir as despesas com as barreiras. Estamos no aguardo desse recurso, que está no Ministério da Economia, e a ministra está se articulando. É uma decisão que depende de gestão política, pode ser que seja rápido ou demore meses. Não tenho como prever essa liberação”, garantiu Alves.
O superintendente disse ainda que todo o trabalho para manter as estradas abertas foi feito. “Essa emenda é a única alternativa para resolver essa questão das barreiras fitossanitárias. Se for liberada, o Mapa vai mandar recursos para a Aderr antes mesmo do firmamento do convênio. Mas o governador Antonio Denarium está sensível a essa causa e parece que vai cobrir algumas despesas, que não sei dizer quais são elas”, comentou Alves.
O superintendente disse que a Federação de Agricultura de Roraima, por meio do Conselho Nacional de Agricultura, também está colaborando para resolver o problema. “A Faer fez uma proposta ao Mapa, em Roraima, e eu encaminhei para Brasília e agora estão aguardando o Departamento de Sanidade Vegetal, que é dentro do Ministério da Agricultura, se manifestar. Aqui não conseguimos responder a demanda da federação, porque depende de competência superior. Então é o Mapa, por meio do departamento, que vai fazer essa manifestação sobre esse pleito da Faer”, esclareceu.
Sete municípios estão afetados pela Mosca da Carambola
A fiscalização nas barreiras ocorre 24 horas, todos os dias (Foto: Aderr)
Desde o mês de abril que produtores denunciaram a chegada da mosca da carambola na comunidade do Limão, localizada na zona rural de Boa Vista. Além da capital, mais seis municípios estão atingidos pela praga. São eles: Uiramutã, Pacaraima, Amajari, Bonfim, Alto Alegre e Normandia. O diretor de Defesa Animal da Aderr, Marcelo Parise, informou que a agência vinha fazendo um trabalho desde o ano passado com o surgimento de novos focos. “De janeiro até junho deste ano, o Mapa mantinha o custeio das barreiras, porém, com o surgimento de foco em Boa Vista e em Alto Alegre, houve a necessidade de três novas barreiras que tem custo anual estimado em torno de R$ 2,6 milhões, recursos do Mapa”, comentou.
“Porém, em conversa com o governador Denarium, ele entendeu a necessidade de reabertura do Estado e da manutenção da condição de exportação desses frutos hospedeiros e autorizou a instalação dessas barreiras por um período, até que consigamos firmar o convênio com o Ministério, que já está bem adiantado, o que depende apenas da liberação dos recursos por parte do ministério”, explicou Parise.
Segundo ele, a fiscalização nas barreiras ocorre 24horas, todos os dias, e conta com três fiscais em cada plantão, que fazem a revista dos veículos que passam pelas barreiras, e quatro policiais que fazem a segurança nos locais. Parise comentou que são 37 produtos afetados e, dentre eles, os com maior potencial de dano econômico são a manga, laranja, pimenta de cheiro e outros, que são exportados para o Amazonas. (E.R.)