Nessa sexta-feira, 19, o caso envolvendo o pai da criança de 10 anos que foi feita de refém pelo então foragido Marcos Gomes Moraes, vulgo “Marcos Capeta”, de 35 anos, ganhou um novo capítulo após as investigações da Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) mostrarem que o dono da casa que trabalha como gerente de loja ter recebido telefonemas e um suposto depósito em conta bancária para dar apoio ao criminoso. Marcos foi preso na segunda-feira, 15, na casa da família que fica no Conjunto Cruviana, bairro Laura Moreira.
A reportagem da Folha foi procurada pela Divisão que quis rebater os argumentos do pai, que disse não ter entregado o filho como refém e que não conhecia Marcos, inclusive também contou que no dia da ocorrência o fugitivo havia chegado minutos antes da Polícia entrar em sua casa.
O diretor interino do Departamento de Sistema Penitenciário (Desipe), Roney Cruz explicou que as equipes chegaram até Marcos após um minucioso trabalho de inteligência e monitoramento. “Ele primeiro recebeu abrigo numa casa que fica no bairro Jardim Primavera. Fizemos a verificação, mas ele já tinha saído do local, inclusive descobrimos que o pessoal dessa residência recebeu um depósito de R$ 1 mil. A gente acredita que ele chegou ao endereço do pai da criança no domingo, 14. Passamos a monitorar algumas coisas e durante esse trabalho, descobriu-se que o pai da criança recebeu uma ligação de um membro dessa organização criminosa dizendo que deveria dar apoio ao irmão de facção. E assim foi feito. Marcos não chegou à casa daquela família minutos antes da Polícia chegar, até mesmo porque nós já estávamos monitorando o endereço”, destacou.
Cruz ainda revelou que além do telefonema pedindo para apoiar Marcos, o gerente também recebeu em sua conta um depósito de R$ 500 que deveria ser entregue ao foragido. O saque foi realizado no dia 15. Segundo o serviço de inteligência, a intenção da família de Marcos era que os R$ 1,5 mil entregues a ele fossem usados para fugir para o Estado do Maranhão.
“A gente passou uma hora e meia monitorando e Marcos foi visto dentro da casa, pela janela. Quando a equipe chegou ele já estava com a arma na mão e efetuou o primeiro disparo. O dono da casa foi autuado em flagrante e solto em audiência de custódia, mas isso não isenta dele responder. Ele recebeu a ligação de um faccionado para dar abrigo ao foragido e fez de livre e espontânea vontade. Ele tem que arcar com as consequências dos seus atos”, explicou o chefe do Desipe.
Por fim, Roney Cruz ressaltou que o irmão do pai da criança é conhecido como “Sarapó”. “É integrante de facção e não está morando no Acre. Ele fugiu da Cadeia Pública num bando de 40 presos, ano passado e foi para o Acre comprar armamento para essa organização criminosa, mas deu errado e ele foi preso com documento falso, graças ao plantão da Dicap, que foi consultado pela PRF no Acre. As informações e fotos foram disponibilizadas a nível nacional no grupo da PRF e Sarapó foi reconhecido como foragido. Ele continua preso no Acre”, concluiu. (J.B)
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