Polícia

Sindicato denuncia que municípios do interior estão sem ambulância

*MATÉRIA ATUALIZADA ÀS 13h58

As reclamações na área da Saúde vão além da falta de medicamentos e produtos básicos nas unidades hospitalares do estado. Dessa vez, o alvo é a falta de ambulâncias para atender a população em ocorrências nos municípios do interior de Roraima. E a denúncia foi feita à Folha de Boa Vista pelo presidente do Sindicato dos Condutores de Ambulância de Roraima (Sinconam-RR), Robson Avelino de Carvalho. Segundo ele, o governo já foi oficiado sobre esse problema, mas até agora não deu nenhuma resposta.

Carvalho informou que em vários municípios estão sem ambulância e tem o veículo que está parado, precisando de manutenção, devido alguma peça que quebrou, pneus furados, entre outros problemas. “Normandia e Bonfim não têm ambulâncias e quando acontece algo mais grave é aquele desespero de familiares que precisam se deslocar até Boa Vista. Em Caracaraí, a ambulância do governo está quebrada precisando de manutenção há mais de seis meses e a população está utilizando uma que foi uma cedida pela prefeitura do município”, relatou o sindicalista.

“São Luiz, São João da Baliza e Caroebe também estão sem ambulâncias nos hospitais. Em Pacaraima a ambulância do governo não está funcionando. A que tem é da Operação Acolhida do Exército, para atender os imigrantes. Está um caos essa situação. Esses veículos são para fazer a transferência de pacientes que precisam de atendimento no Hospital Geral, na Maternidade e no Hospital da Criança em casos emergenciais”, ressaltou Carvalho.

Ele afirmou que, na maioria das vezes, ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 192 nos municípios suprem a necessidade da população, o que ocorre quando estão funcionando. “Muitas dessas viaturas também precisam de uma manutenção”, comentou o presidente do Sinconam. Ele disse ainda que há meses tem uma ambulância nova no estacionamento da Secretaria de Saúde, que não está operando por não ter sido emplacada. “O custo de um emplacamento para o governo não é nada. Essa ambulância zerada a agora está com a bateria descarregando, podendo danificar algum sistema do veículo. Vários municípios desassistidos e uma ambulância nova parada”.

OUTRO LADO – A Secretaria de Saúde, por meio de nota, informou que as ambulâncias para Normandia e Bonfim estão em processo de aquisição pelo Estado, referente ao processo 7018/18, que está em fase de assinatura de contrato. Após a assinatura, a empresa terá 30 dias para a entrega dos veículos que contempla capital e interior.

Com relação à ambulância de Caracaraí, esclareceu que está em manutenção e aguardando uma peça de reposição que não se encontra disponível no mercado local.

Sobre São Luiz, São João da Baliza, Caroebe e a Vila de Entre Rios afirmou que foram contempladas com emendas parlamentares e que as ambulâncias já foram adquiridas, aguardando apenas a contratação de motoristas através de processo da Sesau.

Explicou ainda que a ambulância de Pacaraima foi uma doação do Ministério da Defesa, por meio do Exército, ao Estado. “Essa ambulância está aguardando o emplacamento pelo Detran”, finalizou a nota.

Também por meio de nota, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Bonfim afirmou que o uso de ambulâncias do Samu no município segue os parâmetros preconizados pela regulação do Estado. Atualmente, o município dispõe de duas ambulâncias que atendem aos postos de saúde e o hospital estadual; Elas também fazem a transferência de pacientes para a capital, caso haja a necessidade.

A Prefeitura informou ainda que uma terceira unidade móvel encontra-se na vila São Francisco, em razão da região ser considerada de difícil acesso, e que outras duas ambulâncias devem ser entregues em breve, atendendo as vilas Esperança e Vilhena.

“A remoção dos pacientes é feita por meio de trabalho descentralizado da média complexidade. A atenção básica nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) e o trabalho de média e alta complexidades, é realizado pelo Samu e Centros de Atenção Psicossocial (Cap’s), uma vez que possuem verbas específicas para esses atendimentos”, completou.

A nota relembra que o Samu é um serviço que deve ser oferecido obrigatoriamente pelos municípios. A regulação é tripartite, ou seja, com o governo federal sendo responsável por 50% do recurso e estado e município com 25% cada.

“Em Bonfim, por exemplo, o hospital que é administrado pelo Estado, solicita uma ambulância do Samu e o médico regulador leva o paciente para o hospital. Lá, ele aguarda o médico do Estado fazer a estabilização do paciente. Enquanto isso, o médico regulador já vai conversando com o médico regulador que está em Boa Vista. A partir desse contato vai ser definido se haverá remoção do paciente para a capital. Temos que obedecer às ordens da regulação do Estado. O transporte é nosso, os técnicos de enfermagem e os motoristas também são, porém o serviço de autorização de remoção de paciente é da regulação do Estado”, finalizou.