Dados do relatório estatístico da PMRR (Polícia Militar de Roraima) mostram que de janeiro a junho de 2018 em comparação com o mesmo período deste ano, houve redução de 17% o número mortes classificadas como homicídio, feminicídio e latrocínio por número de vítimas.
Em 2018 ocorreram 133 mortes destas naturezas, enquanto neste ano foram 110. O comandante da Polícia Militar, coronel Elias Santana, atribui a diminuição dos números de mortes à intervenção penitenciária no Sistema Prisional de Roraima bem como ao policiamento ostensivo na Capital, local onde a incidência de crimes é maior.
“A intervenção no sistema prisional é um fator que contribuiu que para que tivéssemos uma incidência menor de homicídios. Além disso, o policiamento ostensivo se tornou mais eficiente e estamos atuando exatamente naquelas áreas que consideramos zonas vermelhas, onde tem incidência criminal maior”, afirmou.
Conforme dados do relatório, desses casos de 2018, 124 foram homicídio, oito latrocínios e um feminicídio em todo o Estado. Em 2019, 100 foram homicídios, sete latrocínios e três feminicídios em Roraima.
Das 133 mortes que ocorreram no Estado em 2018, 84 foram em Boa Vista, divididos por 43 homicídios, 34 cadáveres encontrados com indício de crime e sete latrocínios.
No ano seguinte, a maior taxa também se concentrou na Capital, onde ocorreram 79 mortes. Desses, 39 são homicídios, 31 cadáveres encontrados com indício de crime, dois feminicídios e sete latrocínios.
Mucajaí e Rorainópolis contabilizaram cada um 11 crimes destas naturezas, de janeiro a junho dos dois anos. O municípios com menor índice de mortes criminosas são Normandia, com um homicídio em 2019 e Uiramutã também com um homicídio no mesmo ano.
Os dados do Interior foram extraídos somente dos ROPs (Relatórios de Ocorrências Policiais) por não existir um sistema de captação e registro de chamadas 190 que atenda aos municípios.
Anel Viário é o local onde ocorrem mais mortes
Já os dados da capital foram extraídos da plataforma de chamadas e registros emergenciais nominados Ciops CAD, do Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) da Sesp (Secretaria de Segurança Pública), que atende o município de Boa Vista, e dados constantes de ROPs.
O sistema Ciops CAD possibilita analisar, com o uso de ferramentas tecnológicas de análise criminal e georreferenciamento, as áreas com maior e menor percentual de criminalidade em Boa Vista. No primeiro semestre de 2018 e 2019, os bairros da área Leste e Oeste em que mais ocorreram mortes foram: Cidade Satélite (8), Bela Vista (9), Hélio Campos (9) e São Bento (9).
Em locais diversos como Anel Viário, balneários, trechos de zona Rural e em unidades prisionais foram registradas 38 mortes com indícios de crime, sendo o primeiro local (Anel Viário) com maior índice: 15 casos.
Operação Saturação contribui para a redução de criminalidade
A Operação Saturação ajuda a reduzir esses índices, pois a Polícia Militar realiza em média de 120 a 150 abordagens diárias (Foto: Ascom Governo)
O comandante da Polícia Militar, coronel Santana, afirmou que a redução se deve à intensificação do policiamento nas ruas da cidade. Citou como exemplo dessa atuação a Operação Saturação, operação feita pela Polícia Militar em que o policiamento é intensificado nas áreas de risco como os bairros Hélio Campos, Pintolândia, Psicultura, Silvio Botelho, Tancredo Neves, Asa Branca, Caranã e Caetano Filho, conhecido Beiral, bem como nos entornos dos abrigos onde há venezuelanos.
A Polícia Militar realiza em média de 120 a 150 abordagens diárias, em casos de condutas suspeitas e/ou em vistorias de trânsito, tendo por base dados informados pelo GIRO (Grupamento de Intervenção Rápido Ostensivo) e pelo Reforço Setorial do 2º BPM. Estima-se que na média de 40% das abordagens envolvam imigrantes venezuelanos.
“Atuamos todos os dias, principalmente no período noturno onde há acréscimo nos casos de violência, com maior número de viaturas para coibir crimes. Por isso, a Operação Saturação também se tornou uma forma de reduzir esses índices”, explicou o coronel Santana.