Cotidiano

Polícia Militar diz que houve redução de roubos e furtos

As tentativas de homicídio e a violência contra a mulher são os crimes de maior incidência na Capital

O relatório estatístico da Polícia Militar sobre a criminalidade, que foi apresentado com exclusividade para a Folha de Boa Vista, apontou dados de vários crimes além de homicídios, que foram registrados nos primeiros semestres de 2018 e 2019. 

Segundo a Polícia Militar, ocorreram, de janeiro a junho de 2018, 2.372 casos de Maria da Penha [violência contra a mulher] e no mesmo período deste ano foram registrados 2.370 casos, sendo o crime com maior incidência. Também ocorreram no primeiro semestre de 2018, 120 tentativas de homicídios. No mesmo período de 2019 foram registradas 160, sendo o único crime em que houve aumento de um período para o outro. Também foram registrados 66 estupros em 2018 e 40 em 2019. 

No total, foram registradas 7.482 ocorrências no ano passado e 5.807 neste ano, o que somam 13.289 casos registrados no primeiro semestre dos dois anos. 

O bairro com maior índice de crimes é o Senador Hélio Campos com 723 registros em 2018 e 429 em 2019. Com menor incidência é o bairro Calungá, com 37 casos gerais ano passado e 22 neste ano. 

Roubos e furtos – As estatísticas da Polícia Militar indicam que foram registradas 2.287 ocorrências de roubo em 2018 e 1.861 em 2019; 2.637 registros de furto no ano passado e 1.376 neste ano. Para reduzir crimes de furtos e roubos, bem como ajudar a Polícia a ter acesso a esse tipo de informação, o comandante da Polícia Militar, coronel Santana, afirmou que é imprescindível a participação da população. 

“É importante que faça chegar às polícias Militar e Civil toda e qualquer informação. E se foi vitimado por meio presencial, nas delegacias ou pelo canal 190, porque estas informações são preciosas para que possamos mensurar o policiamento no dia a dia e focar nas ações de Segurança Pública”, pontuou. 

Segundo o coronel, crimes de furto ou roubo de aparelhos celulares se tornaram banais e por isso é preciso que as pessoas fiquem mais atentas ao trafegar em locais abertos. 

“Em 90% deste tipo de ocorrência, a vítima não adotou a postura correta para o ambiente em que estava ao utilizar o aparelho e usar fones de ouvido, e por isso não percebe a aproximação do criminoso”, exemplificou. 

Ele acrescenta que uma postura preventiva do cidadão é muito importante porque ela pode resultar em uma antecipação ao crime. “Mesmo que a pessoa venha a ser vítima desse infortúnio, terá mais condições em buscar por amparo da Polícia Militar”, justificou.

Ocorrências envolvendo estrangeiros também apresentam redução, diz PM


Comandante da PM Elias Santana: “Esperamos que reduzam ainda mais” (Foto: Diane Sampaio/Folha BV)

Devido à aglomeração de estrangeiros em torno dos abrigos de imigrantes, esses locais são mais suscetíveis à ocorrência de crimes. Entretanto, as ocorrências envolvendo estrangeiros tiveram diminuição significativa de 34%. 

No primeiro semestre do ano passado, a Polícia registrou 2.186 ocorrências envolvendo imigrantes de outros países e 1.442 neste ano. Conforme o comandante Geral da Polícia Militar de Roraima, coronel Elias Santana, a expectativa é que reduza ainda mais. “A Operação Acolhida e o Exército Brasileiro contribuíram para esta diminuição nas ocorrências envolvendo venezuelanos. Esperamos que reduzam ainda mais”

Também segundo o relatório, foi evidenciado um aumento considerável do número de venezuelanos assassinados, mais do que dobrado, passando de 04 para 09 no comparativo dos 1º semestres de 2018 e 2019. 

De acordo com o relatório, que também utilizou dados da Polícia Federal, nos anos de 2017 e 2018 entrou apenas por Pacaraima 176 mil, saíram 91 mil e 85 mil não consta a saída. 

Mesmo Roraima sendo o Estado com a menor população e o menor PIB do Brasil, das solicitações de todas as nacionalidades dos pedidos de refúgio no ano de 2018, ficou em 1º lugar, com 37.306 (61,80%), depois o Amazonas, com 8.783 (14,55%), São Paulo com 7.558 (12,52%), Santa Catarina com 1.419 (2,35%), Paraná com 1.038 (1,72%) e Rio Grande do Sul, com 954 (1,58%). 

As solicitações de refúgio, pedidos de residência e agendamentos realizados na Superintendência da Polícia Federal de Roraima somaram 85 mil até outubro de 2018.