Cotidiano

Moradores reclamam de insegurança em praça do Caimbé

Em março deste ano, uma jovem que estava lanchando na praça morreu por bala perdida após um tiroteio que ocorreu no local

Diversas praças públicas foram reformadas na cidade e em muitas delas existem guaritas da Guarda Civil Municipal, mas moradores das proximidades desses espaços reclamam da ausência desses agentes, o que deixa um clima de insegurança para frequentar esses ambientes. A aposentada Elizete de Lima Richil mora em frente à praça do bairro Caimbé, na avenida Mário Homem de Melo, onde no mês de março deste ano uma jovem foi assassinada. “Muito antes desse ocorrido, eu já não deixava meus netos brincarem nessa praça, porque tem tido muita briga”, disse a moradora. 

Segundo ela, a praça se transformou em um local inseguro para os moradores e até para os trabalhadores que comercializam lanches no horário da noite. “Meu medo é de assalto, acho que como todos que residem por aqui. De repente, você fala não, não tenho, e a pessoa agride”, disse Elizete. Ela comentou que nem mesmo depois da praça reformada tem coragem de sair para o espaço e muito menos deixar os netos irem brincar no local. “Tenho netos crianças e adolescentes. Eu até poderia deixar os mais novos irem acompanhados dos mais velhos, mas o medo fala mais alto porque nunca se sabe o que poderá acontecer. De repente tem uma briga generalizada, tiroteio, como o que houve, e tiros foram disparados em direção de quem estava na lanchonete que fica bem na esquina da praça e acertaram uma jovem que não tinha nada a ver com a confusão, estava lá apenas lanchando”, esclareceu.

Elizete afirmou que, embora tenha sido construída uma guarita para guardas municipais, nunca viu um agente em qualquer dia e horário da semana. “Não há segurança alguma. Se estivessem pelo menos inibiria a ação de pessoas com más intenções e os moradores se sentiriam mais tranquilos para andar na praça. Como moro aqui de frente, uma viatura do Giro é quem passa por aqui de vez em quando. Mas essa praça aqui do Caimbé ainda é frequentada por jovens que jogam vôlei, futebol de salão, por casais, mas vez ou outra tem uma briga. Fico só sabendo do que acontece e fico apavorada”, ressaltou.

A mesma sensação tem o comerciante Antônio Gilson, que vende produtos diversos em sua mercearia localizada próxima da praça Germano Sampaio, no bairro Pintolândia. “Essa praça, depois da reforma que a prefeitura fez, ficou muito bonita. De vez em quando tem eventos, é bem frequentada por famílias, jovens, mas geralmente tem muita confusão por aqui e falta um guarda municipal no local. Meus filhos, que têm 14 e 16 anos, vão pra praça, mas só quando eu posso ir junto, pois não tenho coragem de deixar eles irem sozinhos, mesmo sendo frequente a passagem de carros da polícia”, comentou.

Prefeitura diz que guardas ficam 24hs somente em praças com ocorrências 

 

Raimundo Barros disse que em todas as praças do município há fiscalização de guardas civis municipais (Foto: Diane Sampaio / Folha BV)

As praças reformadas que possuem guarita da Guarda Civil Municipal são a do bairro Cauamé, Centenário, Caimbé, Cambará, Ayrton Senna, das Águas, do Coreto, Mané Garrincha, da Bandeira, dos Bambus, Orla Taumanan, Pricumã e do Conjunto Cidadão. Nesses locais, segundo a Prefeitura de Boa Vista, existem em média três agentes e onde não existem guaritas, a Guarda Civil Municipal faz rondas diariamente com viaturas e com motocicletas. O secretário municipal de Segurança Urbana e Trânsito, Raimundo Barros, informou que na maioria das praças revitalizadas, e em outras que ainda não passaram por reformas, há fiscalização por parte dos guardas civis municipais.

“Mas em algumas delas não há a permanência 24 horas desses agentes em decorrência de efetivo e outras prioridades na cidade. Em alguns locais não tem essa necessidade de guardas, porque são tranquilos e não têm histórico de vandalismo, mas, mesmo assim, é feita a vigilância móvel. Temos uma equipe de cinco viaturas e seis motocicletas todos os dias que fazem essa vigilância, independente de ter ou não os agentes, para fazer uma ação presença, evitando a prática de qualquer delito”, disse Barros.

O secretário esclareceu que os guardas civis municipais trabalham em sistema de plantão 24 horas e a quantidade deles na guarita depende do ambiente. “Onde há maior registro de ocorrências ficam de três a quatro agentes e nos mais tranquilos ficam no mínimo dois, conforme a necessidade”, comentou. Barros disse ainda que entre as ocorrências mais comuns que acontecem nas praças estão os atos de vandalismo ao patrimônio público e aos estabelecimentos dos permissionários, que são os comerciantes, além do uso e comércio de entorpecentes, sendo mais frequente nas praças Mané Garrincha, no bairro Tancredo Neves, e na praça Germano Sampaio, no Pintolândia. (E.R.)