Presos da Cadeia Pública de Anauá reclamam da qualidade da comida

Familiares dos detentos da Cadeia Pública de São Luiz do Anauá, no Sul do Estado, denunciaram à Folha ontem que desde sexta-feira, 20, os presos estão se recusando a comer a alimentação servida naquela unidade, como forma de protesto. Segundo ele, foi feito um abaixo-assinado para denunciar o problema da má qualidade da comida. Foram coletadas 68 assinaturas e o documento entregue aos familiares. 
Os detentos reclamam que alimentos são servidos azedos, crus e com gosto de inseto. Além disto, eles pedem por maior variedade da comida, com preferência por uma alimentação mais saudável. Reivindicam alteração do recipiente onde a alimentação é transportada, alterando de alumínio para isopor, pois as marmitas chegam abertas e derramadas.
A familiar de um dos detentos, Ana Paula, alegou que a refeição servida a eles também é insuficiente, “Por isso, os que têm família aqui no município ajudam como podem, levando comida. Mas o diretor não nos deixa entrar todos os dias com comida para eles”, disse. 
Segundo ela, a situação se agrava mais ainda, pois os presos dividem a comida entre todos, que não é o bastante. Ela observou que a alimentação é preparada naquele município por uma firma terceirizada. “Às vezes, mandam só um pão, só para você ter uma ideia. Eu sei que a maioria está ali por algo errado que fez aqui fora. Mas ser humano nenhum merece esse tipo de coisa”, lamentou.
GOVERNO – A Secretaria de Comunicação do Governo do Estado alegou que a denúncia não procede, pois, até o momento, e que não existe greve de fome, e sim existe um documento com a assinatura de 68 detentos da unidade prisional com pedido das melhorias referente à alimentação, variedade e mudanças na embalagem.
Afirmou ainda, que o secretário estadual de Justiça e Cidadania, Josué Filho, entrará em contato com a empresa fornecedora da alimentação daquela unidade prisional no sentido de atender a reivindicação dos detentos de forma mais imediata possível. (JPP)