Durante um bom tempo, os casos de execução com requintes de crueldade tinham deixado de ser noticiados, no entanto, no último mês, tornaram-se novamente rotineiros para a polícia. Na tarde dessa segunda-feira, em horário próximo às 17h, populares encontraram o corpo de um adolescente de 13 anos ainda não identificado, na rua Goiânia, bairro Bela Vista, próximo a uma lagoa.
A Polícia Militar foi acionada e isolou a área até a chegada da perícia que informou, após os procedimentos técnicos, que a vítima tinha sido decapitada e sua cabeça e coração arrancados. A polícia encontrou a cabeça próximo aos pés da vítima e, apesar de fazer diversas varreduras pelas proximidades de onde o corpo estava, não encontrou o coração, que pode ter sido jogado dentro da lagoa.
O corpo estava vestido apenas com uma bermuda e estava parcialmente escondido em meio à vegetação. No mesmo terreno há um barraco de madeira que, segundo investigadores da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), pode ter sido usado como local do Tribunal do Crime, que condenou a vítima à sentença de morte. O dono do imóvel foi procurado e deve ser ouvido na Delegacia para esclarecer os fatos.
Uma das pessoas que encontrou o cadáver deu informações à reportagem da Folha. “A vizinha chamou e disse que no quintal tinha um corpo, mas não tinha coragem de ver, por isso chamou outro vizinho, e para não ir só, o vizinho chamou meu cunhado. Eles foram lá e disseram que realmente era um corpo. Eu fui olhar e vi que não tinha a cabeça e ainda tinha um corte profundo no tórax, deixando à mostra os órgãos internos. A cabeça estava jogada no meio das pernas. Parece que não morreu aí. Parece que foi jogado. Não tem marca de luta, de sangue e é um corpo de quem foi morto recentemente”, declarou.
A testemunha reforçou também que o barraco onde o corpo estava próximo é local para uso de drogas e muitos indivíduos frequentam, no entanto ninguém mora lá por muito tempo. “Não sei dizer se é da vizinhança porque não deu para ver o rosto. Até agora não sabemos de ninguém desaparecido aqui por perto”, explicou.
Nas paredes e no chão do barraco foram encontradas marcas de sangue e outros vestígios da execução. Na intenção de despistar a polícia, o interior da residência foi lavado.
O caso está sendo investigado pela DGH, mas até o momento nenhum suspeito do crime foi preso. Uma equipe do Instituto de Medicina Legal (IML) fez a remoção do corpo para ser submetido a exame de necropsia e de identificação. (J.B)