Cotidiano

Em 2019, Roraima já exportou 288 kg de ouro para a Ásia

Levantamento da Seplan aponta crescimento de 250kg a mais que o ano passado, onde 38kg de ouro foram comercializados

Um levantamento realizado pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento (Seplan), apontou que o estado exportou esse ano, até julho, cerca de 288kg de ouro, gerando uma receita de US$ 11,8 milhões de dólares, o equivalente a R$ 48,07 milhões.

Conforme explicado pelo economista Fábio Martinez, os dados contabilizados pela Seplan são provenientes de consultas ao portal Comex Stat, página que fornece informações e estatísticas sobre o comércio exterior do Brasil.

Segundo esses números, em 2018 foram exportados para a Índia 38kg de ouro com origens declaradas em Roraima. Somente no primeiro semestre de 2019 foram 288kg, um aumento de 250kg a mais de ouro comercializado, correspondente a 657%. 

“É feito acompanhamento da balança comercial mês a mês por estado. Quem exporta informa à Receita Federal os dados como qual é o produto, origem e para onde irá. Desde setembro do ano passado, observamos que o ouro apareceu nas estatísticas e em 2019 o volume do ouro aumentou consideravelmente nas atividades de exportação, sempre tendo a Índia e Emirados Árabes como destino”, explicou.

Dono de uma poderosa indústria de joias, o país asiático é o quarto maior importador do ouro brasileiro no mundo. Só outro país além da Índia comprou ouro roraimense: os Emirados Árabes Unidos, que receberam 1 kg do metal em maio deste ano.

Martinez disse que embora o ouro tenha sido registrado como saído do estado de Roraima, não foi exportado por empresas da região, mas sim por empresas localizadas no Estado de São Paulo.

 “O ouro foi declarado em Roraima, mas são empresas do Sudeste que fazem a venda. Roraima não obteve nenhum ganho conforme informado para a Comex Stat, já que não houve apuração de receita. Os gráficos do portal também dizem que quase 1\4 das nossas exportações são de ouro, perdendo apenas para a soja”, disse.

Ilegalidade – O economista Fábio Martinez também explicou que as atividades ilegais do garimpo em terras indígenas são envolvidas por questões econômicas, sociais e ambientais, e que é papel do governo Federal acompanhar a questão.

“Para exemplificar, se a atividade fosse legalizada, teríamos arrecadação local desses recursos com aumento das atividades em joalherias. Já os danos sociais e ao meio ambiente devem sim ser discutidos com mais interesse, levando em consideração as consequências que a exploração mineral traz, por isso é importante que sejam cobrados recursos para o combate dessa atividade ilegal em áreas indígenas”, ressaltou.

Na exportação, ouro fica atrás apenas da soja, diz Seplan


A Soja e o Ouro são os produtos mais exportados de Roraima (Fonte gráficos: ComexStat, Ministério da economia. Elaboração: CGEES/SEPLAN-RR)

O Secretário Estadual de Planejamento e Desenvolvimento, Marcos Jorge de Lima, disse que a secretaria faz o acompanhamento da exportação de forma mensal.

“Em 2018, o ouro ficou na 4ª posição, em termos de valor, dentre os principais itens exportados por Roraima, ficando atrás apenas do arroz (US$ 4,5 milhões); da madeira (US$ 2,1 milhões); e da soja (US$ 1,8 milhões). Em termos percentuais, as exportações de ouro representaram 8,2% do total das exportações do Estado”, disse Lima.

Ainda conforme o secretário da Seplan, houve exportações de ouro em todos os meses de 2019, com destaque para o mês de julho, quando foram exportados 82 quilos. 

“O ouro já é o 2º principal item da pauta de exportação de Roraima, em termos de valor, atrás apenas da soja (US$ 12,4 milhões). Em termos percentuais, as exportações de ouro, em 2019, representam 22,9% do total das exportações do Estado”, concluiu.