Um fato atípico aconteceu na tarde da quinta-feira, 22, na BR-401, município do Cantá, quando duas mulheres, com idades de 34 e 40 anos, foram vítimas da ação dos bandidos que planejaram assaltá-las e montaram uma armadilha na estrada.
Conforme as vítimas, ambas conhecem o motorista e marcaram com ele uma viagem até o município do Bonfim, na fronteira com a Guiana, região Leste de Roraima. Em outra ocasião, tinham comentado com o condutor do veículo que teriam R$ 30 mil disponíveis para investimentos. Enquanto seguiam viagem, as vítimas relataram que o motorista parou num posto Petrobrás, após a ponte dos Macuxi, alegando problemas nos pneus. Após percorrerem 10 km, o homem parou novamente informando, pela segunda vez, que os pneus estavam com problemas.
Assim que pararam às margens da rodovia, uma das vítimas avistou dois elementos saindo de dentro do mato, com arma em punho, se aproximando e anunciando o assalto. Uma das mulheres disse que os elementos foram diretamente em sua direção, pedindo o dinheiro, momento em que um dos indivíduos apalpou seu seio. Como tinha o valor de R$ 900, entregou para o assaltante.
Não satisfeitos, os dois criminosos obrigaram a vítima a entrar no mato, onde ela teve que ficar nua, abrir as pernas e se agachar. Os elementos tocaram e olharam as partes íntimas da mulher, acreditando que ela poderia estar escondendo dinheiro dentro da vagina. A colega também foi revistada e os dois sujeitos tomaram a quantia de R$ 300. A todo instante as amigas foram ameaçadas de morte, mas como não encontraram o dinheiro, fugiram levando uma bolsa, joias, relógios e celulares.
Os dois elementos fugiram no veículo Volkswagen/Gol, cor branca, o mesmo em que as vítimas viajavam. As mulheres e o motorista pediram ajuda e foram levados para a base da Companhia Independente de Policiamento Urbano e Rodoviário (Ciptur) da Polícia Militar. Sentindo-se segura diante dos policiais, uma das vítimas afrontou o condutor do carro, afirmando que ele estava envolvido no roubo, mas ele negou.
Ela lembrou que um dos assaltantes foi visto na companhia do motorista na mesma quinta-feira, só que pela manhã, quando o condutor do carro foi até a casa dela. Ele negou que tivesse qualquer envolvimento, mas, durante a revista, a guarnição encontrou R$ 100 no bolso da bermuda do sujeito e perguntou como ele poderia ter dinheiro após ter passado pelo assalto, no entanto, alegou que os criminosos pediram apenas seu aparelho celular.
O motorista declarou que sabia onde morava o proprietário do carro que estava em sua posse e foi “roubado” pelos criminosos, inclusive, afirmou que o veículo foi emprestado. O homem, juntamente com as duas vítimas, foram até o bairro Cidade Satélite e assim que chegaram na avenida Tereza Maciel uma das mulheres avistou e reconheceu o carro no qual estavam viajando. O automóvel estava parado em frente a uma residência.
A equipe da PM tentou abordagem, mas os ocupantes do carro iniciaram fuga, sendo interceptados logo depois. Assim que os dois desceram do carro, foram reconhecimentos de imediato como os assaltantes. Ao serem questionados sobre os itens roubados das vítimas, ambos negaram que estavam em posse, mas na revista do veículo foram encontrados o celular do motorista suspeito e o valor de R$ 450. Na casa de um dos sujeitos foi apreendido um notebook da marca Sim+, cor preta; um tablete DL, cor branca; cinco relógios e uma trouxa de substância aparentando ser entorpecente. O dono da casa não soube responder pela procedência do material apreendido.
O motorista que até aquele momento configurava como vítima, também autorizou que os policiais revistassem seu imóvel, ainda no bairro Cidade Satélite. Durante as buscas foi localizado um saco verde, impermeável, dentro do guarda-roupas, contendo uma balança de precisão, doze invólucros de pó branco, supostamente cocaína; uma câmera Samsung e três relógios. Além disso, por trás do guarda-roupa tinha uma bolsa cinza com cartuchos de arma de fogo, de calibres como ponto 50, ponto 14. 7.62. O indivíduo confessou ser dono de todo o material apreendido. Ele recebeu voz de prisão.
Nenhuma arma de fogo ou qualquer item que pertencia às vítimas foram localizados na ação. No telefone do motorista, que estava com os comparsas, foram encontradas diversas mensagens planejando o roubo das vítimas. Na unidade policial, o motorista confessou que contratou a dupla para fazer o “serviço” juntos, e os comparsas disseram que ele foi o idealizador do assalto. Na ação, uma guarnição do Giro (Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva) deu apoio.
A autoridade policial considerou a materialidade do crime e lavrou o Auto de Prisão em Flagrante (APF) contra o trio. Eles ficaram presos até a manhã de ontem, 23, quando foram encaminhados para audiência de custódia com a Justiça. (J.B)