Cotidiano

Paciente com câncer de mama faz apelo emocionado por cirurgia 

Segundo a denunciante, mais de 100 pacientes com câncer estariam esperando na fila, por cirurgia, e corem risco de morte

RODRIGO SANTANA

Editoria de cidade 

Marcela Patrocínio Soares Leite, de 38 anos, está há um mês esperando para fazer uma cirurgia para a retirada de um nódulo do seio esquerdo, por conta de um câncer de mama. A paciente reatou à Folha que o procedimento já deveria ter sido feito, pois faz parte do cronograma de tratamento para combater a doença.

Ela começou a fazer quimioterapia no Centro Oncológico de Roraima (Cecor) em novembro de 2018, mesmo período em que descobriu que estava com câncer. A primeira etapa do tratamento demorou oito meses e foi concluída no dia 29 de julho deste ano.

“Antes de passar pelo procedimento cirúrgico, tive que fazer quimioterapia por um longo período. O tratamento foi concluído há um mês, e agora preciso fazer a cirurgia de retirada do nódulo, mas já passamos do prazo para realizar o procedimento”, explicou.

Preocupada com a saúde, Marcela disse que por diversas vezes procurou o Cecor para marcar o dia da cirurgia o quanto antes, porém, toda vez que chega até à unidade é informada de que os procedimentos cirúrgicos estão suspensos.

“Eles dizem que o motivo da suspensão da cirurgia tem a ver com a falta de medicamentos e materiais. Eu não posso esperar tanto tempo para retirar o nódulo dos seios. Sinto muito medo, porque eu fiquei sabendo que existem cerca de 100 pacientes na fila aguardando”, lembrou.

Ela fez um apelo emocionado para que o Governo do Estado tome as providências necessárias para agilizar os procedimentos cirúrgicos de oncologia no Hospital Geral de Roraima (HGR), para evitar que pessoas morram por conta da doença.

“Peço ao governador e à secretária de saúde que resolvam logo esse problema, porque temo pela minha saúde. São tantas pessoas que precisam fazer a cirurgia para se tratar do câncer. Não merecemos ficar nessa situação”, concluiu.

OUTRO LADO – A Sesau (Secretaria Estadual de Saúde) esclareceu por meio de nota que os medicamentos oncológicos e materiais cirúrgicos já estão em fase de contratação das empresas que foram vencedoras do processo licitatório. “As cirurgias deverão ser normalizadas tão logo os materiais estejam disponíveis”, informou.