Cotidiano

Eletrobras ainda não pode ligar geradores

Pendência financeira entre a Eletrobrás Roraima e a Eletronorte impede que Aneel libere outorga autorizando produção e venda de energia

A Eletrobras Distribuição Roraima ainda não tem uma data prevista para começar a comercializar a energia produzida nas três termelétricas que estão sendo construídas no Estado para melhorar o fornecimento aos consumidores de Boa Vista e de municípios do interior. Segundo o gerente do Departamento de Operação, Manutenção e Geração da Eletrobras Distribuição Roraima, Jocely Ferreira Lima, a empresa depende de documentos de outorga que serão emitidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para poder comercializar a energia produzida nas usinas.
“A previsão inicial era para a segunda quinzena de abril, mas pode ser que a Aneel solicite outros documentos ou outras situações que posam acontecer que venham a atrasar mais um pouco”, disse. “A data oficial para entrar em operação só vamos ter quando a Aneel liberar as outorgas”, disse Lima.
Ele informou que as usinas de Novo Paraíso, em Caracaraí, Centro-Sul do Estado, e do Distrito Industrial, em Boa Vista, trecho sul da BR-174, já estão construídas e têm a licença de operação da Fundação Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Femarh). Porém, no momento, a liberação da outorga da Aneel para poder comercializar a energia da usina está condicionada a um ajuste financeiro da Eletrobras Roraima com a Eletronorte.
“Para poder operacionalizar comercialmente as usinas temos que ter a emissão desse documento de outorga por parte da Aneel”, frisou. “Já entregamos todos os documentos para a Aneel, que está analisando a concessão da outorga. Porém, a Eletrobras está com um problema financeiro junto à Aneel depois de uma reclamação da Eletronorte em relação a pagamentos de dívidas de energia”.
A pendência está travando a emissão das outorgas, já que este é um dos critérios para liberação, tanto para a usina de Novo Paraíso quanto para a do Distrito Industrial. “Estamos na dependência da Aneel para começar a comercializar. O setor financeiro já está tratando essa pendência com a Aneel para que libere a outorga o mais breve possível”, frisou sem, no entanto, informar o valor da dívida da Eletrobras Roraima com a Eletronorte.
TESTES – Jocely Lima informou que já foram feitos vários testes de recebimento da usina, além de equipamentos constantes no contrato, como geradores, transformadores, máquinas, sistemas de proteção, combate a incêndio e sistema de abastecimento de combustíveis. “Toda parte estrutural da usina foi entregue dentro do prazo e com todos os itens de contrato. Já o teste contratual, que serve para receber operacionalmente a usina, só pode ser feito depois da outorga”, frisou.
O diretor explicou que esse teste operacional consiste em ligar as máquinas durante duas horas na potência máxima. “Se as máquinas mantiverem a potência máxima, aí sim, a usina estará apta a operar comercialmente. Mas antes da outorga não se pode fazer esse teste”. (R.R)   

Usina de Monte Cristo vai gerar 98 megawatts
O gerente do Departamento de Operação, Manutenção e Geração da Eletrobras Distribuição Roraima, Jocely Lima, disse que a usina de Monte Cristo, no trecho norte da BR-174, zona rural de Boa Vista, foi entregue no dia 14 deste mês. A Eletrobras está conferindo todos os itens do contato para receber a usina da empresa que a montou. 
“Já estamos em fase final de comissionamento da usina, verificando se todos os itens que constam no contrato estão sendo entregues”, disse. “Estamos dependendo apenas da construção do bay, que é a conexão de cabos da termelétrica com a subestação da Eletronorte, que precisa ser aprovado o projeto. Mas estamos dentro do prazo, que é até 16 de abril, data em que deveremos estar fazendo o teste contratual”.
O diretor informou que já se antecipou e enviou a documentação da usina para a Aneel pedindo a antecipação da outorga. “Estamos na expectativa de que a outorga da usina de Monte Cristo saia antes e, assim, quando estiver concluída, já poderão ser feitos os testes operacionais comerciais”.
A licença da Femarh também ainda não foi emitida. “Essa licença de operação só é emitida depois da usina construída, mas estamos encerrando a fase de comissionamento e vamos enviar a documentação para a Femarh solicitando a licença de operação”, complementou.
PARQUE – Jocely Ferreira Lima informou que, ao ser concluído o trabalho de operacionalização das três usinas, o parque térmico da Eletrobrás Roraima vai gerar 130 megawatts de energia a mais para a melhoria na qualidade do fornecimento energético no Estado, em especial na Capital.
A usina do Distrito Industrial vai gerar 20 megawatts e a usina de Novo Paraíso 12 megas. Já a usina de Monte Cristo é a maior de todas, com capacidade de 98 megas. (R.R)