Insetos, sujeira e mau cheiro. Estes são apenas alguns itens da lista de reclamações das pessoas que residem na Vicinal 1, a quatro quilômetros de Rorainópolis, ao sul do Estado. No local, existe um lixão a céu aberto que agora começou a invadir a via pública.
Morador da sede do município, Clóvis Santos procurou a reportagem da Folha logo após visitar a casa de um amigo que fica próximo à região. “É insuportável chegar ali por conta do mau cheiro. Ele [amigo] me falou que quando chove o fedor aumenta, mas é algo constante, além da presença de urubus”, disse.
No flagrante realizado pelo leitor, foram encontradas luvas plásticas que geralmente são utilizadas em ambiente hospitalar. Posteriormente, ao retornar ao local, ele constatou que estas haviam sido queimadas.
Outros moradores da vicinal, que preferiram não se identificar, relatam que a situação é antiga e perdura desde a época em que a cidade a 321 quilômetros da capital Boa Vista, era conhecida como “Vila do Incra”, período anterior ao desmembramento de São Luiz e São João da Baliza, em 1995.
A condição do descarte de resíduos neste terreno revela a dificuldade de implantação da política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), criada em 2010 pelo Governo Federal. Sob a Lei 12.305/10, o plano possuía a pretensão de erradicar os lixões a céu aberto até o segundo semestre de 2015. O que seria obrigatório a todos os municípios, no entanto, ficou somente no papel.
Clóvis acredita que devido ao crescimento desordenado da população, em breve a cidade estará mergulhada em caos sanitário. “Se o poder público não se preocupar em buscar meios para dirimir esta questão ambiental, certamente daqui a alguns anos o lixão estará dentro do bairro mais próximo. O meio ambiente, ali naquela região, já foi comprometido, assim como a saúde das pessoas”, frisou.
O mesmo lixão já foi tema de reportagem no Jornal Folha de Boa Vista em junho de 2018. À época, a Prefeitura de Rorainópolis, por meio das Secretarias de Meio Ambiente e de Urbanismo, havia informado que o lixão seria desativado no final das chuvas daquele ano, através de um plano de recuperação de áreas degradadas e que seria realizada, com urgência, uma limpeza no local.
OUTRO LADO – A reportagem da Folha procurou a prefeitura e até o fechamento desta matéria não respondeu às nossas solicitações. O espaço está aberto para um posicionamento.