Cotidiano

Uso sem limites da tecnologia pode provocar sérios danos às crianças

Especialista alerta sobre riscos do uso excessivo de computadores e telefones por crianças e adolescentes

A tecnologia faz parte da rotina de muitas pessoas e a inserção do uso de computadores, smartphones e tablets entre as crianças é cada vez mais comum nos dias de hoje. Esses instrumentos proporcionam conhecimento e entretenimento, mas o uso excessivo pode aumentar as chances do desenvolvimento de problemas oculares, como a miopia e outros tipos de distúrbio visual.
De acordo com uma pesquisa de 2012 feita pelo Ibope, internautas com faixa-etária entre 02 e 11 anos passam, em média, 17 horas por semana em frente ao computador. Esse número é bem maior se comparado a países desenvolvimento como a França, onde o tempo de exposição dura em média 10 horas por semana. 
Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que 30% das crianças em idade escolar apresentam algum tipo de problema ocular. O mais comum deles é a ambliopia, também conhecido como “olho preguiçoso”, enquanto na adolescência a ocorrência maior é de cansaço visual e dor de cabeça. Ainda segundo o MS, é comum surgirem casos de astigmatismo, hipermetropia e miopia nesta faixa etária. Em todos esses casos, a solução é o uso de óculos ou de lentes de contato. Na fase adulta, esses erros refracionais podem ser solucionados com a cirurgia 100% a laser, que torna o paciente independente dos óculos.
Em Roraima, a procura por centros oftalmológicos tem crescido nos últimos tempos e a incidência de crianças com problemas oculares tem chamado a atenção dos especialistas. Somente na clínica Oculistas Associados de Roraima, localizada no bairro São Vicente, zona Sul, são atendidas, em média, cerca de 20 crianças ao dia. 
Embora a maior parte dos casos de miopia na infância seja hereditária, outras pesquisas sugerem que o esforço visual exigido durante o uso de qualquer aparelho tecnológico está relacionado à miopia. “Muitas crianças utilizam a luminância desses aparelhos para iluminar o ambiente, e isso faz com que os músculos oculares se sobressaltem, causando algum tipo de problema e fazendo que elas tenham dificuldades em enxergar as coisas”, explica o oftalmologista Rômulo Ferreira.
Segundo o especialista, o esforço visual pode causar mais cansaço visual que poderia ser evitado. Ele explicou que é necessário impor limites para que o benefício não vire problema. “O ideal é, sempre que a criança for utilizar esse recurso, seja para divertimento ou para estudo, e que se imponha limites. Que essa criança faça o uso, mas que realize pausas de 10 a 15 minutos para que a visão não se sobrecarregue, porque, caso algum dos seis músculos oculares se canse, ela pode desenvolver algum tipo de espasmo e isso pode causar problemas futuros”, frisou. (M.L)