As empresas vencedoras do leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para a geração de energia alternativa em Roraima, devem investir cerca de R$ 1,6 bilhão envolvendo fontes térmicas de biomassa, gás natural, biocombustível e de energia solar. Na construção destas usinas serão criados ao menos 3 mil empregos diretos, segundo expectativa do governo de Roraima.
Além destes benefícios, as novas fontes de energia são menos poluentes e deve haver diminuição da conta de energia.
As empresas vencedoras do leilão da Aneel têm até o mês de junho de 2021 para colocar as geradoras de energia em funcionamento e garantir a independência energética do estado. Juntas, devem gerar 293 megawatts. O consumo de Roraima, no pico, é de 240 megawatts.
“A contratação da Aneel, através do leilão, é de 20% a mais que o pico de consumo e isso nos garante independência energética no estado com ou sem linhão de Tucuruí”, afirmou o governador Antonio Denarium explicando que o governo tem se mobilizado para que as instalações das usinas possam acontecer o mais breve possível.
“Os técnicos da Femarh estão trabalhando para liberar os licenciamentos e, além do investimento milionário e dos milhares de empregos gerados, nós estamos arrecadando com a liberação das licenças, como é cobrada para toda empresa. Só a Eneva pagou R$ 2 milhões pelas licenças”, disse.
Ele explicou as empresas de produção de energia de fontes renováveis assinaram contratos com a Aneel para 14 anos de fornecimento no estado.
“A Roraima Energia vai fornecer 40 megawats de energia a óleo diesel e terá sete anos para mudar de combustível fóssil para energia renovável. A empresa pode usar qualquer matriz, que pode ser biomassa, gás, biodiesel, eólica ou solar”, disse.
Ele informou que a Roraima Energia produz e fornece hoje 240 megawats de energia queimando óleo diesel, mas, a partir do momento em que as outras empresas começarem a produzir energia de fontes renováveis, a Roraima Energia vai aos poucos deixando de produzir energia movida a óleo diesel e comprando a produção das outras empresas e distribuindo para os consumidores.
O governador ressaltou que, quando instalado, o linhão de Tucuruí será de via dupla, trazendo energia interligada do restante do País, vinda por Manaus-AM, e levando a energia de fonte renovável produzida em Roraima para vender no restante do País. (R.R)
GERAÇÃO DE ENERGIA
Usinas vão se instalar em Roraima com promessa de reduzir custo
Eneva vai fazer o maior investimento na construção de usinas (Foto: Divulgação)
As empresas vencedoras do leilão para produção de energia no Estado vão utilizar diversificadas matrizes renováveis, que pode ser biomassa, gás, biodiesel, eólica ou solar.
A Uniagro, que venceu para fornecimento de eletricidade a partir de biomassa e de energia solar, vai fazer investimento de R$ 365 milhões e gerar potência de 40 megawatts com atuação nos municípios de Bonfim, Cantá e na região de Pau Rainha e Santa Luz.
A Enerplan venceu para fornecimento de energia à base de biocombustível e energia solar em uma instalação em Rorainópolis, com possíveis investimentos de R$ 70 milhões e gerando potência de 11,4 megawatts.
A BFF vai fornecer uma mescla biocombustível com biomassa através de plantio de dendê, que já tem em São João da Baliza, sendo implantada em conjunto com a Usina de Beneficiamento de Palma de Óleo. Ao todo, serão investidos R$ 635 milhões e gerada a potência de 73,8 megawatts.
A Palmaplan vai construir uma usina de geração de energia por meio da palma de óleo de dendê, na zona rural do Município de Rorainópolis e que vai gerar 11,5 Megawolts. Os investimentos da empresa no Estado chegam a aproximadamente R$ 175 milhões e tem mais de 30 mil hectares em terras próprias, 2.500 hectares plantados de palma de óleo e mais 300 hectares cultivados em parceria com 30 famílias de agricultores no regime de agricultura familiar.
Já a Eneva vai fornecer energia com termelétrica movida a gás natural e aportará o maior investimento no Estado, com R$ 425 milhões, gerando uma potência de 132 megawatts. A empresa tem o campo de gás natural Azulão, que fica no Amazonas. O gás será liquefeito e transportado por carretas para a usina de Jaguatirica II, em Roraima.
A diretoria da Eneva, por meio da assessoria de imprensa, informou que está atenta às oportunidades de negócios e percebeu que seria bom investir no Estado.
“Temos grande experiência nos mercados Norte e Nordeste e, por isso, apresentamos um projeto competitivo no Leilão para atendimento a Boa Vista e localidades conectadas. Foi assim que nasceu o projeto da usina de Jaguatirica II, que ofertará energia segura, competitiva e mais limpa para Roraima”, disse.
Com a construção da usina termelétrica de Jaguatirica II, o intuito é contribuir para a geração de uma energia mais limpa e competitiva na região. A empresa tem um modelo de negócio único, que utiliza a infraestrutura já existente das linhas de transmissão como forma de escoar a energia, reduzindo a necessidade de investir em gasodutos e deixando a energia mais competitiva. Desta forma, hoje a energia ofertada pela empresa é a mais barata de todo o subsistema Norte.
“A unidade contribuirá para reduzir as emissões de CO² de Roraima em 32% e diminuirá o custo de geração de energia em 38%. A Eneva tem ciência da importância do projeto para garantir a soberania energética do estado, de forma limpa e segura, e está orgulhosa em poder proporcionar um novo ciclo de desenvolvimento para a capital Boa Vista”, afirmou. (R.R)