“A Associação dos Delegados de Polícia de Carreira do Estado de Roraima (Adepol-RR) se pronunciou oficialmente após as recentes declarações e reclamações de familiares, parlamentares e da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) à respeito da demora na resolução da morte do agente Ivo Seixas. A Adepol diz que a investigação segue conforme prescreve a legislação.
A declaração foi divulgada por meio de nota de esclarecimento onde, em um primeiro momento, os delegados prestam solidariedade à família, amigos e colegas do PRF Ivo Seixas, mas em seguida afirmam que trabalho está sendo executado da forma correta.
“Consideramos justa toda manifestação no sentido de que se busque respostas, seja no âmbito policial e judicial. Desta forma, é de se esclarecer que o fato ocorrido, está sendo apurado de forma administrativa e judicial. Mas tenhamos em mente, e como é sabido dos operadores da lei, que existe um mandamento constitucional conhecido por contraditório e ampla defesa. Mandamento este que não abrimos mão”, diz trecho da nota.
A Adepol diz ainda que todos os fatos e protocolos estão sendo apurados no mais devido respeito às normas constitucionais e legais, sendo seguidos conforme prescreve a legislação, “para que a verdade surja e que injustiças não sejam causadas, respeitando sempre o contraditório e a ampla defesa, de quem quer que seja”.
A Adepol frisa que não há espaço para análises parciais e precipitadas do caso. “Assim, corroboramos que estaremos sempre à disposição para qualquer esclarecimento – dentro sempre da legalidade – sem qualquer agressão a quem quer que seja. Desta forma fortaleceremos o sistema de segurança pública no Brasil e em nosso Estado”, finaliza a nota.
O presidente da Adepol, delegado Cristiano Camapum, acrescentou à Folha de que não se pode classificar o caso que resultou na morte do agente PRF como um simples assassinato, por conta das circunstâncias distintas do acontecimento.
“Houve, naquele dia, uma ação policial que resultou na prisão em flagrante de traficantes de drogas, que já se encontram inclusive denunciados pelo Ministério Público Estadual. É importante esclarecer que, infelizmente, faz parte da vida policial a possibilidade de confrontos e de perdas, são os chamados incidentes policiais”, afirma.
Camapum ressalta que o objetivo do policial civil, assim como de todos os policiais, é sempre realizar seu trabalho sem ocorrências de confrontos e de mortes, mas, infelizmente, confrontos acontecem, às vezes com morte de infratores, às vezes com baixas policiais e às vezes com morte de inocentes.
“Todos os incidentes policiais devem ser investigados, mas isso não significa que os policiais envolvidos devam ser considerados criminosos. Só a apuração criteriosa pode apontar eventual ação criminosa. Sempre trabalhamos para melhorarmos a atuação policial, para evitarmos as ocorrências com mortes”, completou.
ENTENDA – Em nota divulgada no último domingo, a FenaPRF alegou descaso do poder público de Roraima afirmando que faltavam ações do governo e omissão em relação à morte do policial rodoviário federal, Ivo Seixas. A morte do agente ocorreu em abril de 2018 durante uma operação da Polícia Civil de Roraima, em combate ao tráfico de drogas. Porém, investigações lideradas pela Polícia Federal (PF-RR) apontaram que o agente federal não tinha envolvimento com o tráfico de drogas e estaria em Boa Vista por motivos particulares. Ivo Seixas era lotado na Superintendência da Polícia Rodoviária Federal do Amazonas. (P.C.)
Polícia Civil confirma exoneração de delegado
Em nota de esclarecimento encaminhada à imprensa pela Secretaria de Comunicação Social do Governo, a Polícia Civil de Roraima (PCCR) confirmou que o delegado Paulo Henrique Tomaz Moreira solicitou, por motivos pessoais, exoneração do cargo de diretor de Polícia.
O delegado havia sido exonerado do cargo de diretor de Departamento de Polícia Civil do Diário Oficial do Estado (DOE) do dia 13 de junho deste ano, mas, sem explicação, o decreto foi tornado sem efeito no dia 25 daquele mesmo mês, de modo que foi reintegrado ao cargo.
Vale ressaltar que a reportagem da Folha também entrou em contato com o delegado Paulo Henrique Tomaz Moreira, mas foi informada de que o mesmo não queria se manifestar sobre o assunto. (P.C.)