O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu ação de improbidade administrativa contra 13 pessoas, por fraudar empréstimos de altos valores na Caixa Econômica Federal em Roraima. Em apenas dois meses, o grupo conseguiu liberar irregularmente um montante que soma, em valores atualizados, R$ 468 mil.
O esquema foi idealizado por um estudante que trabalhou como estagiário na Caixa Econômica Federal de 2011 a 2012. Ele oferecia a amigos e familiares a possibilidade de liberação de empréstimos em valores superiores aos permitidos. Para viabilizar a transação, eram falsificados contracheques para aumentar a renda de solicitantes. Com a fraude, os valores liberados chegavam a R$ 55 mil por pessoa.
Com os documentos fraudulentos, o estagiário usava a senha de superiores para autorizar a transação e fazer o depósito em contas-correntes dos envolvidos. Em contrapartida, o estudante exigia uma parcela do dinheiro.
“Após a concessão do empréstimo, os valores eram sacados pelos requeridos, cujo montante jamais fora quitado perante a instituição financeira. Os requeridos, em nenhum momento, cogitaram fazer qualquer tipo de pagamento à Caixa, o que demonstra, de forma inequívoca, o intuito dos agentes em se apropriar indevidamente do dinheiro público”, descreve a ação.
Também foi oferecida a ação contra os dois empregados da Caixa cujas senhas foram utilizadas pelo estagiário. A investigação apontou que os dois não se beneficiaram dos repasses, mas agiram de forma temerária ao permitir que o estudante tivesse acesso aos sistemas do banco que são de uso exclusivo dos servidores.
Além da condenação por improbidade administrativa, o MPF pede que os acusados tenham os bens bloqueados para garantir o ressarcimento ao erário.