Cotidiano

Alunos da rede de ensino Estadual manifestam por melhorias na Educação

Estudantes alegam que não há professores suficientes e pedem por melhorias na infraestrutura nas escolas

Estudantes da Escola Ribeiro Lima, Ayrton Senna, Vitória Mota Cruz e representantes da Associação de Estudantes de Roraima (ASSOER) realizaram uma manifestação esta manhã, 27, em frente ao Espaço da Cidadania, do Ministério Público Estadual (MPRR).

A manifestação foi organizada pela ASSOER por meio das redes sociais, troca de mensagem instantânea e quando os alunos que apóiam a greve dos professores da rede de ensino estadual se encontraram durante a manifestação, em frente à Assembleia Legislativa. Os alunos redigiram um ofício e decidiram protocolar o documeto junto ao MP.

Os alunos reforçam, porém, que a atitude tomada foi de iniciativa própria. “Muitos estão falando que tem professor pagando a gente pra apoiar a greve e não é isso. Quero esclarecer que a gente se reuniu por conta própria, por que estamos preocupados com a situação que a Educação se encontra no Estado”, salientou Joel Carvalho, presidente da ASSOER.

Os estudantes pedem por mais agilidade na regularização da situação da merenda escolar, a questão da contratação imediata de professores para lecionar matérias, pela contratação de funcionários de limpeza, eleições diretas para os diretores das escolas, além de melhorias do transporte escolar, principalmente para os alunos do interior do Estado.

Para um dos alunos, Darlan de Souza, as eleições para os cargos de administração das escolas deveriam ser por meio direto. “Vários gestores são por indicação política, o que impede a reivindicação dos alunos”, comentou.

Segundo o relato dos estudantes, há casos em que os alunos que estudam no período vespertino entram às 13h30 e terminam as aulas às 14h30, por não ter todos os tempos de aula e não são liberados pela administração até pelo menos às 17h45.

Outra reclamação, do aluno Luciano Thalisson, da Escola Ayrton Senna, é a questão do material escolar. “Na minha escola não tem livro didáticos para todos os alunos. Eu que tô no terceiro ano do Ensino Médio não tenho condições de estudar na escola, nem de pagar um cursinho. A gente tem aulas carentes, professores se recusam a dar aula por causa do calor”, explicou o aluno. De acordo com Luciano, funcionários da escola já pediram que os alunos trouxessem ventiladores de casa.

Além disso, o aluno reforça a preocupação com a segurança na escola. “Por não ter equipes de limpeza, às vezes entram pessoas desconhecidas dentro na escola por não ter porteiro, cada dia que a gente ‘tá indo pra escola é uma batalha que a gente ‘tá enfrentando. ‘Tá cada vez mais difícil a gente se preparar pra um vestibular, sendo que a gente não tem educação adequada pra isso”, comentou.

Segundo Dejota de Lima, aluno da Escola Maria Nilce, um dos casos que mais lhe impressionou foi o de um acidente ocorrido no final do ano passado, em novembro, onde uma lâmpada caiu e feriu um estudante, que chegou a ser levado ao pronto-socorro Francisco Elesbão. No dia seguinte, a escola teve um princípio de incêndio.

“Instalaram uma comissão junto à Secretaria de Educação, onde eles decidiram por uma reforma emergencial, mas que nunca aconteceu. Só mudaram a direção e por incrível que pareça, a situação fez foi piorar”, explicou o estudante.

OUTRO LADO

O Governo do Estado explicou, por meio de nota da Secretaria de Comunicação (Secom), a Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed) tem um plano emergencial de reformas e pequenos reparos para atender as escolas da rede estadual de ensino.

Na Capital, 15 escolas estão sendo contempladas e no Interior outras quatro. O Governo ressalta ainda que os serviços atenderão a todas as unidades da rede estadual ao longo do ano de 2015.

Sobre a alimentação escolar, a Seed informa que o processo licitatório foi concluído e em uma semana os gêneros serão recebidos e distribuídos para as unidades de ensino da Capital, interior e área indígena. Ressalta que 30 itens compõem o cardápio, entre carne bovina, peixe, frango, charque, frutas, hortaliças, iogurte, dentre outros.

A Seed esclarece que a distribuição do livro didático é de responsabilidade do Ministério da Educação, que, baseado nos dados do Censo Escolar, encaminha os exemplares direto para a unidade de ensino, sem intervenção da Secretaria de Educação e Desportos. Contudo, se as escolas apresentarem déficit de livro didático, deve formalizar à Seed que subtrairá da reserva técnica existente no Departamento de Apoio ao Educando.

Quanto ao déficit de professor, a Seed esclarece que essa demanda será sanada a partir da contratação dos professores temporários aprovado em processo seletivo. Informa que o certame está na fase final de recursos e a contratação inicia no dia 30 de março. Esses docentes serão lotados nas escolas onde há falta de professor em determinada área do conhecimento. Esclarece ainda que a Seed ajustará o calendário escolar para repor as aulas e não causar prejuízo intelectual ao alunado.

Com informações da Secom