Por AYAN ARIEL
No fim da tarde dessa quinta-feira (10), houve a abertura completa da BR-174, sentido Manaus, na altura da entrada do Anel Viário, próximo à Capital, por parte dos garimpeiros que estão em movimento de greve desde quarta-feira (9). A decisão ocorreu após negociações com a PRF e o contato de membros da bancada federal com o movimento.
Os garimpeiros saíram da rodovia e se instalaram na Praça do Centro Cívico à espera de serem atendidos pelo governador Antonio Denarium.
A informação foi dada à Folha pelo Deputado Federal Jonathan de Jesus. Segundo ele, representantes da Cooperativa dos Garimpeiros tiveram uma conversa prévia com o Governador Antonio Denarium e devem se reunir com ele nesta sexta-feira (11).
“Reuni-me agora a pouco com Jonas, que representa os Garimpeiros, e ele foi ouvido pelo governador ao telefone, que agendou para receber uma comissão amanhã. Já existe um compromisso de realizarmos um levantamento junto com o senador Mecias de Jesus para agilizar a atuação do garimpo em algumas áreas do governo federal e em áreas indígenas”, explicou o deputado federal.
Os garimpeiros querem a aprovação do projeto de lei que legaliza e regulamenta o garimpo dentro de terras indígenas e particulares em todo o Brasil, celeridade nos processos de licenciamento ambiental de lavras no Estado, além de audiência pública na Assembleia Legislativa de Roraima, eram as principais reivindicações.
Garimpando há seis anos no Estado, Jonas de Souza, uma das lideranças do movimento, demonstrou a expectativa para a aprovação desse projeto relacionado à atividade de mineração, que tramita há 20 anos no congresso nacional.
“Queremos que passe com urgência na Câmara a aprovação desse projeto que vai valer em todo o Brasil para que a população de Roraima saiba que garimpeiro não é bandido! Garimpeiro é pai de família igual a qualquer outro aqui na cidade. Somos somente trabalhadores e queremos a legalização do garimpo, já!”, declarou Jonas.
Outra preocupação da classe é a falta de assistência enquanto não é feita a regulamentação da lei. Trabalhando na atividade há mais de 15 anos, William Gilliard, que também está na liderança do movimento, pontua que, enquanto há essa tramitação em Brasília, espera que haja uma solução para a situação dos garimpeiros.
“Como é que o pai de família, garimpeiro, vai sobreviver se não houver renda? A nossa cultura não é roubar ou matar, mas sim trabalhar! A gente luta pelo direito de trabalhar, não por outra coisa”, esclarece William.
BLOQUEIO – Até antes da liberação da rodovia, o fechamento estava sendo feito de forma ilegal e sem prévio aviso para as autoridades. A negociação para a liberação foi feita pelas equipes de campo da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
“Tratamos essa negociação de forma pacífica com eles, que acataram algumas propostas que evitaram que a pista fosse completamente bloqueada. Ficamos à frente desse diálogo para que houvesse a abertura”, explicou Saul Macedo, superintendente interino da PRF. A partir de agora, haverá monitoramento constante para evitar novos bloqueios. “A nossa ideia é não deixar que haja o fechamento novamente, pois não há legalidade”, declara o superintendente.