Política

Governo do Estado priorizará geração de emprego e renda no PPA de 2016

Plano é fomentar setores para que possam gerar novos empregos, principalmente a agricultura familiar e indígena

O Governo do Estado vai priorizar a geração de emprego e renda para a população no Plano Plurianual (PPA) referentes aos anos de 2016/2019. O plano já está sendo formatado pela Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvimento (Seplan) e, segundo o titular da pasta, Alexandre Henklein, o trabalho ainda está no início, mas o governo definiu a geração de emprego como foco principal, embora tenha destacado que, até o mês de setembro, quando encerra a etapa de planejamento do PPA, outras políticas públicas, tais como segurança, educação, saúde, saneamento e infraestrutura, também serão contemplados no PPA.      “O setor público, tanto no Estado quanto nos municípios e na União, exauriu a capacidade de gerar emprego e a oferta é muito inferior à demanda com o subemprego crescendo. E as pessoas já encontram dificuldades de colocação no mercado de trabalho e, quanto ao Estado, vamos fomentar setores para que se possa abrir vagas de novos empregos”, disse se referindo ao setor primário como prioridade, em especial,   a agricultura familiar, agricultura indígena e a agropecuária de pequeno, médio e grande porte.
Henklein apontou apenas uma alternativa para gerar empregos no Estado: dinamizando a iniciativa privada em diversos setores, destacando o setor primário, seguido do setor secundário. “Estes setores vão receber atenção toda especial, começando pela agropecuária, que uma vez fortalecida, vai gerar recursos para um comércio mais forte no Estado”, disse. “Nossa preocupação não é apenas com o crescimento econômico, mas também com o desenvolvimento e que esse aumento incorpore a agricultura familiar e a indígena para que se possam gerar empregos e melhore a qualidade de vida”, frisou.
O secretário disse que os efeitos concretos do planejamento que se inicia agora só deverão aparecer a partir de 2016 e ressaltou que este ano a preocupação é apenas a de reorganizar o que foi encontrado, além de planejar as ações para o futuro. “Este ano, só pudemos oferecer as condições básicas, com assistência técnica e orientação para o crédito. Mas, para o ano que vem, já estaremos em preparação das propriedades que já estão com calcário, com as decisões de investimentos tomadas e as políticas públicas estruturadas para que se possa dar suporte para a produção acontecer”.      
No agronegócio, ele destacou o equacionamento de problemas relacionados a licenciamento ambiental e o início da regularização fundiária do Estado como fundamental para o crescimento. “A expectativa é gerar uma base e preparar o agronegócio nas três vertentes: empresarial, familiar e indígena, de modo que teremos, em 2016, cerca de 50 mil hectares plantados de soja”, frisou, acrescentando que, no ano passado, o plantio do grão em Roraima foi de 18 mil hectares. Este ano, a perspectiva é de 25 a 30 mil hectares. A meta para 2017 é de plantar 75 mil hectares e chegar em 2018 com 100 mil hectares de soja plantados em solo roraimense.
Alexandre Henklein disse que o governo vai dar atenção especial à soja devido à fundamentação no processo de desenvolvimento das outras culturas, como o milho, por exemplo, que dá suporte à cadeia industrial.
“No ano em que alcançarmos os cem mil hectares de soja, chegaremos a 50 mil hectares de milho, aproveitando o solo já nitrogenado pela soja”, disse. “Com isso, a agricultura familiar e indígena será integrada no mercado com a produção de ração da soja e do milho para a avicultura, criação de suínos e da piscicultura, e assim integrar gradualmente estes pequenos produtores ao mercado. Com o setor primário vitalizado até 2018, vêm junto a agroindústria de ração, abatedouros para os frangos, suínos e bovinos, gerando emprego e renda”, frisou. 
Além da soja, o secretário citou a exportação de carne bovina, depois que Roraima alcançar o status de livre de aftosa com vacina e a indústria madeireira, que tem gerado muitos empregos no Estado.  “O Estado vai apoiar a indústria madeireira, evidentemente com o manejo florestal obedecendo rigorosamente à legislação ambiental, com criação de florestas de produção”, disse. (R.R)     
Meta é deixar de importar insumos que podem ser produzidos no Estado 
O secretário de Planejamento, Alexandre Henklein, disse que a dinâmica do trabalho do Governo do Estado está voltada ao desenvolvimento dos setores primário e secundário. Segundo ele, a sequência natural é ter uma economia forte e irrigada no Estado.  “Quando se tem os setores primários e secundários fortes, o terceiro setor, que é de comércio e de serviços, vai gerar oportunidades de emprego pela atividade econômica, e o dinheiro fica no Estado”, frisou. 
Exemplificando, Henklein afirmou que o governo gasta anualmente aproximadamente R$100 milhões com produtos que são consumidos no Estado, mas que são produzidos fora. “Poderíamos estar produzindo o leite, a farinha e a fécula de mandioca e o frango aqui mesmo. Esses R$100 milhões poderiam estar girando no mercado local e, claro que esses números seriam bem superiores, já que a produção atenderia o mercado local e vender também para Manaus [AM] e para a Venezuela”, frisou, lembrando que o roraimense apenas assiste parte dos insumos adquiridos por Manaus e a Venezuela passarem pelo Estado, vindo de outros centros. “Além de atender a Guiana e os mercados do Caribe, já que Roraima está numa localização geográfica estratégica”. 
Em relação à farinha de mandioca e a fruticultura, Henklein disse que a estratégia do governo é atrair empresas, aproveitando as isenções da Área de Livre Comércio (ALC), que possa fazer o processamento da matéria-prima existente no Estado, na produção de produtos de qualidade e com tecnologia para colocar no mercado de Manaus e da Amazônia. “Vamos buscar empresas que façam essa parceria com os pequenos agricultores para produzir a farinha e, depois, o amido da mandioca com controle de qualidade”, disse.
Da mesma forma, seriam os projetos da fruticultura, aproveitando a grande diversidade e quantidade de frutas no Estado, além de outras empresas no campo de cosmético, fármaco, bebidas alcoólicas, entre outras. (R.R)