Além das atividades esportivas e lúdicas ofertadas para crianças e adolescentes, o programa Abrindo Caminhos, da Assembleia Legislativa, também deve iniciar o atendimento de crianças com autismo.
A psicóloga do programa, Camila Sales, que participou do Seminário de Conscientização e Elaboração de Políticas Públicas para Pessoas com Autismo, promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, na Câmara dos Deputados, e será uma multiplicadora do conhecimento adquirido no evento.
A notícia foi divulgada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jalser Renier. “Hoje estamos dando um grande passo no nosso trabalho, oferecendo qualificação ao nosso profissional para iniciarmos um trabalho com crianças com autismo. É mais um sonho a ser realizado por esta gestão”, destacou.
Por mês, são realizados cerca de 30 atendimentos psicossociais no programa Abrindo Caminhos. A demanda é identificada conforme a detecção pelos profissionais, ao notarem um comportamento suspeito na criança, ou por solicitação da família. Para Camila Sales, o seminário veio para ampliar o conhecimento sobre o tema e comprovar que a melhor forma de atender essas crianças é por meio de terapia que inclua a família. “É comprovado cientificamente que o melhor caminho para ajudar pessoas com autismo a desenvolver as habilidades cognitivas e sociais é incluir os pais nesse processo”, explicou a psicóloga.
Também conhecido como Transtornos do Espectro Autista (TEA), o autismo causa problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e comportamento social da criança. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no mundo, mais de 70 milhões de pessoas são afetadas, sendo 2 milhões delas no Brasil.
Apesar de ter esse quantitativo disponibilizado pela OMS, uma dificuldade encontrada no país é que o censo feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) não engloba informações específicas sobre este público. Por isso, este ano, a Presidência da República sancionou uma lei para incluir as especificidades inerentes ao TEA nos censos demográficos, para que haja dados oficiais sobre as pessoas com autismo no Brasil.
Em Roraima, a falta de informação motivou a União de Pais e Pessoas com Autismo (UPPA), criada em 2018, a realizar um cadastro em Roraima. Desde o cadastramento, 80 pessoas com autismo e mais de 200 familiares estão inscritos no grupo.