Cotidiano

Roraima perde R$ 18 milhões com feriados 

A Fecomércio tem uma previsão de perda de faturamento de cerca de R$ 1,2 milhão por dia de feriado e este ano já foram 15 em dias úteis

Os custos econômicos dos feriados deste ano para o comércio de Roraima apresentam perdas de aproximadamente R$ 18 milhões, segundo estimativas e projeções feitas pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Roraima (Fecomércio-RR), e divulgados ontem pelo presidente da entidade, Ademir dos Santos. 

Segundo a Fecomércio, este ano já foram sete feriados nacionais, faltando o Dia da Consciência Negra, comemorado na próxima quarta-feira, e o Natal, dia 25 de dezembro, além de quatro pontos facultativos, cinco feriados municipais em Boa Vista e mais dois feriados estaduais, totalizando 20 dias de folga, sendo que apenas cinco destes dias caíram nos domingos e que, portanto, não interferiram no comércio.

Ao todo, serão 15 dias de comércio parado em 2019, o que acaba gerando um custo extra para os comerciantes, seja pelo pagamento de horas-extras por aquelas empresas que decidem abrir nestas datas, ou pelo baixo movimento de clientes nestes períodos, principalmente quando existem feriados prolongados.

No âmbito nacional, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) estimou que o comércio varejista brasileiro deve perder R$ 7,6 bilhões até o final deste ano em decorrência dos feriados nacionais e pontos facultativos, o que representa aproximadamente R$ 760 milhões para cada feriado ou ponto facultativo.

Segundo o economista Fábio Martinez, autor da estimativa no Estado, a pesquisa de Roraima foi feita com base na estimativa de São Paulo.

“A Fecomércio de São Paulo faz a pesquisa para o Brasil inteiro e ponderei nossa participação no comércio varejista brasileiro e verifiquei, de acordo com a quantidade de feriados que temos no Estado, e chegamos a estes valores”, disse.

Ademir dos Santos ressaltou que a pesquisa aponta para uma perda de aproximadamente 18 milhões até o final de 2019.

 “Não temos como mensurar os 100%, mas temos uma previsão de perda de faturamento de cerca de R$ 1,2 milhão para cada dia de feriado este ano em Boa Vista”, disse. “Ponderando a estimava para o Estado de Roraima, com base na participação econômica local em relação ao comércio brasileiro e acrescentando os feriados estaduais e do município de capital Boa Vista, que concentra mais de 90% do comércio no Estado, chegamos à conclusão que o custo econômico de todos os feriados em Roraima, para o ano de 2019, será de aproximadamente R$ 18 milhões”, afirmou.

Para presidente da Fecomérico, Brasil tem muitos feriados


O presidente da entidade, Ademir dos Santos, citou que poucos segmentos econômicos se beneficiam dos feriados em Roraima (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)

O presidente da entidade, Ademir dos Santos, lembra que todos os países têm feriados, mas ressalta que o Brasil tem muitos feriados e que isso causa prejuízos ao comércio. “Esta questão de feriado é cultural, não tem como mudar. Teve uma época em que todos os feriados eram puxados para a segunda-feira e emendava no final de semana, mas isso também era muito ruim”, disse.

“As empresas abrem no feriado e têm custos de horas-extras e adicional e isso às vezes se torna antieconômico”, disse. 

Entre os setores que mais sofrem com os feriados Ademir destacou o de roupas, acessórios e perfumarias, que são de consumo pessoal, e que perdem as vendas no período. “Já as lojas de material de construção, por exemplo, têm um público diferente. Quem não comprou no feriado volta e compra no outro dia”, afirmou.

Ele citou que outros segmentos econômicos importantes se beneficiam dos feriados, principalmente aqueles ligados ao turismo, como transporte, hospedagem, passeios e cultura. 

“Porém, Roraima ainda não tem a cultura do turismo. No feriado o turista sai de Roraima e são poucos os que vêm para o Estado”, disse.

Ele citou que para o próximo ano a perspectiva é a mesma, mas ressaltou que a economia tende a dar uma alavancada.

“Roraima tem alguns empreendimentos acontecendo na área de energia, mineração e de agricultura, que acredito que vá mudar o cenário econômico do Estado e fugir um pouco do viés da economia do contracheque. Hoje temos 58% da economia vinda do serviço público. Não é um demérito, mas precisamos mudar isso, e está na hora que colocar o segmento empresarial para funcionar”, afirmou. (R.R)