Desde a manhã da segunda-feira, dia 2, o operador de máquinas pesadas Ivan Batalha Cidade espera no Instituto de Medicina Legal (IML) pela liberação do corpo de seu irmão que foi morto dentro dos limites de uma fazenda que fica na região da Serra da Lua, município do Bonfim. A vítima foi identificada como Márcio Fran Batalha Cidade, de 23 anos.
Ivan contou alguns detalhes sobre o crime, inclusive de que o irmão foi morto com mais de 30 facadas e que a motivação foi para roubar o celular de Márcio Fran. “A mulher do venezuelano gostou do celular. Eles queriam comprar e meu irmão não quis vender e ele matou meu irmão e depois enterrou. Ele ainda subiu na garupa da moto do meu pai para procurar o Márcio, mesmo sabendo onde o corpo estava. Esse criminoso se chama “Jhon” mesmo”, ressaltou.
Mas o que está deixando a família aflita é a demora para liberar o corpo. “Primeiro me disseram que iriam liberar segunda-feira de manhã, depois passou para a tarde. Agora já falaram que vão liberar nesta terça-feira de manhã, e ninguém resolve nada. Minha mãe vive desmaiando e todo mundo está passando mal. A gente só queria que o corpo fosse liberado logo”, enfatizou.
O CASO – Márcio Fran desapareceu na última quinta-feira, dia 28, e seu corpo só foi encontrado no começo da tarde do sábado, dia 30. Quem registrou a ocorrência na Delegacia foi o filho do proprietário da fazenda. Segundo ele, a vítima foi contratada há 15 dias para fazer um cercado na propriedade e morava junto com a mãe, o padrasto e outro funcionário, em um acampamento que fica a cerca de cinco quilômetros da sede da fazenda.
O principal suspeito do homicídio fugiu junto com sua esposa. Ele foi contratado para trabalhar na fazenda fazia 25 dias. No quarto que era usado pelo casal, há marcas de sangue que podem ser da vítima.
O corpo, já em decomposição, foi removido para Boa Vista para ser examinado e a Polícia Civil de Roraima, por meio do IML, informou que até o final da tarde desta terça-feira, 03, os peritos ainda trabalhavam na realização de exames de papiloscopia e odontologia legal, a fim de buscar a identificação da vítima, e que somente após as perícias serem concluídas e confirmada a identidade, o corpo será liberado para família. (J.B)
Polícia Civil justifica que há uma demanda elevada na capital e no Interior
A Polícia Civil justificou que os serviços dos Institutos Oficiais de Perícias necessitam de logística para atender à demanda crescente do Estado, tendo em vista o número reduzido de viaturas e de efetivo.
Esclareceu ainda que, para que haja a liberação de um corpo em local de crime, inicialmente faz-se necessário o levantamento pericial no local do fato, pela perícia criminal. Somente após essa perícia é que o IML (Instituto Médico Legal) efetua a remoção do corpo para autópsia.
“No final da noite de domingo, dia 1º, por volta de 23h58, houve o acionamento da perícia criminal e do IML para deslocamento até o município de Caroebe. Entretanto, na Perícia Criminal havia duas outras ocorrências em atendimento e apenas uma viatura em condições de viagem. Sem contar que o local do fato era remoto e de difícil acesso, tornando a viagem extremamente lenta. Por questão de logística, somente no início da manhã de segunda-feira, é que as equipes do Instituto de Criminalística e do IML se deslocaram para Rorainópolis e posteriormente para Caroebe, para fazer as respectivas perícias e remoções cadavéricas”, destacou a nota enviada pela Polícia Civil.
A instituição policial ainda salientou que uma sucessão de fatores ocorreu para que a perícia e a remoção do cadáver em Caroebe não acontecesse imediatamente, mas afirmou que o corpo não estava em estado adiantado de decomposição, assim também como lamenta as situações de demora nesses serviços fora da Capital, uma vez que os familiares estão fragilizados diante da perda do ente querido.
Entretanto, para resolver esses problemas, informou que há uma previsão para que o Estado assine convênio com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, agora no mês de dezembro, com o objetivo de receber recursos decorrentes de emenda parlamentar do deputado federal Jhonatan de Jesus e do ex-deputado Carlos Andrade, na ordem de R$ 7,3 milhões para aquisição de viaturas, incluindo rabecão para o IML, viaturas adequadas para transporte de presos, veículos tracionados e pequenos para uso na investigação, além de equipamentos e sistemas de informática. Esses recursos vão atender às unidades policiais da Capital e Interior”, concluiu o texto. (J.B)