O vereador Adriano da Silva Rodrigues, mais conhecido por Adriano Novinho (PRP), procurou a Folha para denunciar ações que ocorreram na Câmara de Vereadores de Amajarí, por conta de pagamentos a funcionários desconhecidos, diárias para vereadores e pagamentos a empresa por reforma que, segundo ele, não teria sido feita. As acusações foram protocoladas no Ministério Público Estadual de Pacaraima e ao Ministério Público de Contas, e se referem à gestão nos anos de 2017 a 2018.
“Encontramos indícios de irregularidades e depois de denunciar no plenário da Câmara resolvi protocolar as denúncias aos órgãos de controle para que possam apurar a fundo se há ou não as irregularidades apontadas”, disse.
Entre os problemas encontrados, Novinho citou que constatou a presença de pelo menos três servidores que aparecem na lista de frequência da Casa, mas que não são vistos ou conhecidos pelos demais servidores.
“São três funcionários que estão recebendo um salário mínimo por mês e ninguém sabe quem são ou de onde são. O ex-presidente deve esclarecer isso para a Casa e a população”, afirmou.
Em relação às diárias pagas a vereadores, ele afirmou que fez levantamento e constatou pagamento de aproximadamente R$ 5 mil para apenas um vereador. Outros receberam aproximadamente R$ 2 mil.
“Já questionei isso várias vezes ao presidente na Câmara, mas não temos respostas. Gostaria de saber para onde os nobres vereadores viajaram e com que finalidade, para ter direito e esse montante de recurso de diária”, afirmou, sem, no entanto, citar nome de nenhum vereador. “Quem deve apurar é o Ministério Público de Contas e Ministério Público do Estado”, disse.
Quanto aos gastos com reformas, Novinho disse que ainda não encontrou onde a reforma foi feita na Casa.
“Foram mais de R$ 17 mil pagos a uma empresa de Caroebe e só foi feita uma pintura, e não se viu essa empresa prestando outro serviço. Consegui extratos bancário da Câmara e tem cheques pagos de valores altose outros de menor valor que não consta a finalidade de despesas. Precisamos ter mais transparência com o dinheiro público e estou fazendo minha parte de fiscalizar as ações do legislativo e do executivo”, afirmou. “O que quero é que os fatos sejam apurados e que a verdade venha à tona. Se há algo errado que seja apurado”, complementou.
OUTRO LADO – A Folha manteve contato com o ex-presidente Thiago Duarte, que afirmou que suas contas relativas a 2017 já foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado sem ressalvas. “Estamos aguardando a aprovação da prestação de contas relativas a 2018 e também sem ressalvas”, afirmou.
Em relação às denúncias, ele disse que são matérias requentadas e respondidas por ele no ano passado.
“Estas mesmas denúncias foram feitas por ele no ano passado e não deram em nada, já que não tem prova alguma, e vamos entrar com ação de danos morais contra ele”, afirmou.O ex-presidente citou que recebeu a visita do TCE, através e sorteio, e foi parabenizado pelo trabalho de transparência.
“Só tínhamos cinco funcionários na Câmara. Uma secretária, dois vigias, um do controle interno e um da CPL”, disse.
Ele falou que fez uma gestão diferenciada na Câmara de Amajarí, ao criar decreto legislativo para tornar público os atos administrativos e financeiros da Câmara.“Fiz funcionar o Portal da Transparência da Câmara deixando tudo às claras”, disse. (R.R)